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Torre que pegou fogo e ruiu em São Paulo foi detenção de Nobel da Paz

Imagem da década de 1960 mostra o interior do edifício Wilton Paes de Almeida - rauljustelores/Instagram/Reprodução
Imagem da década de 1960 mostra o interior do edifício Wilton Paes de Almeida Imagem: rauljustelores/Instagram/Reprodução

01/05/2018 08h23

A antiga sede da Polícia Federal que desabou após um incêndio na madrugada desta terça-feira, 1, no centro de São Paulo, foi palco de eventos célebres nos anos 1980. O prédio central alojou o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), mas está ocioso desde 2009. Já a PF mudou para seu atual endereço, na Lapa, em 2003.

O argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, foi preso em 1981 após criticar a Lei da Anistia e encaminhado ao prédio da Antonio de Godoy. O então governador Paulo Maluf e Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo, precisaram intervir para que ele fosse solto. Dois anos depois, o mafioso italiano Tommaso Buscetta foi preso pelo delegado Romeu Tuma e também foi encaminhado à sede.

Levado para os Estados Unidos, Buscetta fez delação premiada e entregou as organizações mais poderosas do crime em seu País. Já em 1985, quando a ossada do carrasco nazista Josef Mengele foi encontrada por Tuma em um cemitério no Embu, nos arredores de São Paulo, o prédio da Antonio Godoy voltou ao noticiário internacional.

Foto de arquivo do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no centro de São Paulo após um incêndio. O prédio de 24 andares localizado no Largo do Paissandu foi sede da antiga Companhia Brasileira de Vidro e abrigou as sedes do INSS e da Polícia Federal - rauljustelores/Instagram/Reprodução - rauljustelores/Instagram/Reprodução
Foto antiga mostra como era o edifício Wilton Paes de Almeida
Imagem: rauljustelores/Instagram/Reprodução

A torre foi colocada à venda pela União em 2015, em edital preparado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O preço mínimo de venda na época foi de R$ 21,5 milhões e o então ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que a venda fazia parte de ação do governo para reduzir despesas e racionalizar gastos no âmbito da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Mas não houve nenhum interessado na ocasião.