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Madrinha da Dragões, Tania Oliveira diz que repensou a vida após câncer

Tania Oliveira pronta para arrasar na avenida - Iwi Onodera/UOL
Tania Oliveira pronta para arrasar na avenida Imagem: Iwi Onodera/UOL

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

02/03/2019 22h31

O tempo é o enredo da Dragões da Real, segunda escola a desfilar no Anhembi na noite de hoje do Carnaval 2019 de São Paulo. E a madrinha da agremiação, Tania Oliveira, reviu sua relação com o tempo e a vida após superar um câncer em 2017. A musa se separou, abriu uma academia e adotou um cachorrinho.

"Em abril, vai fazer dois anos que eu operei de um tumor na tireoide. Isso mexeu muito com os hormônios, a minha disposição e a força. Tive que dar uma desacelerada. Abri mão de desfilar no Rio. A União da Ilha me chamou, mas não quis ir nem no ensaio técnico porque ficaria louca para desfilar", conta Tania ao UOL durante os preparativos para entrar na folia. 

"Tomei decisões porque tive pressa. Precisava ser feliz, precisava realizar coisas. Abri meu próprio negócio, depois de enrolar tanto tempo por não ter coragem, e terminei um relacionamento de 15 anos. Acabei tendo mais pressa para viver mais intensamente", revela.

No Carnaval há 19 anos, Tania manterá a tradição de desfilar com uma fantasia sem penas. Defensora da causa animal, ela trocou o adereço por folhas de carnaúba e se orgulha por levar alegria ao sambódromo com uma fantasia de R$ 2,5 mil. E ainda alfineta as musas que querem "ostentar" no Carnaval.

"Como sou muito envolvida em causas de proteção animal, optei por não usar penas. Estou inovando com um material que nenhuma musa, madrinha ou rainha usaram ainda: folha de carnaúba desidratada, tingida, selada com verniz para impermeabilizar e segurar a cor. É bem mais econômico, cumpre seu papel carnavalesco e ainda salva animaizinhos. Pena custa bem mais caro", afirmou Tania.

A ex-Panicat disse ainda que muita gente torce o nariz por sua escolha porque no Carnaval pena é "status". "Já ouvi que não uso mais pena porque não quero gastar. Por que tem que gastar? Qual o problema de fazer uma fantasia mais econômica? Você pode ter brilho na avenida com material alternativo. Uma quer ter mais penas do que a outra, quer comprar milhões de penas de faisão albino porque é a mais cara. Parece uma competição, e não vejo como saudável. A essência do Carnaval não é essa, é a alegria. Façam por amor e com amor", critica.

São Paulo