Ações ilegais de Moro e Dallagnol levaram Toffoli a acabar com Lava Jato
Após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli anular todas as provas obtidas a partir de delações da Odebrecht e considerar a prisão do presidente Lula (PT) "um dos maiores erros judiciários da história do país", o colunista do UOL Kennedy Alencar elegeu Sergio Moro (União Brasil) e Deltan Dallagnol (Podemos) como responsáveis por acabar com a Lava Jato durante o programa Análise da Notícia.
Ações ilegais de Moro e Dallagnol influenciaram decisão de Toffoli e levaram o ministro a anular provas e acabar com a Lava Jato. Kennedy Alencar
Moro e Dallagnol jogaram fora oportunidade de ouro. Sergio Moro e Deltan Dallagnol tinham uma grande oportunidade de acabar com a corrupção no Brasil ou ao menos combatê-la, mas suas ações ilegais durante o processo levaram a uma anulação de provas, uma vez que a corrupção realmente existiu, e ambos jogaram fora uma oportunidade de ouro. Moro e Dallagnol são responsáveis por isso por pura incompetência.
Rito legal não foi obedecido. A decisão de Dias Toffoli basicamente diz que não foi obedecido o rito que passa pelas tratativas para cooperação internacional. A dupla fez tratativas diretas com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e com a Procuradoria-geral da Suíça e ignoraram o Ministério da Justiça e o Ministério das Relações Exteriores, além da AGU. Existe um rito para ser cumprido neste tipo de situação mas, no afã de Moro e Dallagnol de prenderem Lula, fizeram uma ligação indireta de gastos da Odebrecht com benesses para o petista. O tempo inteiro Moro e Dallagnol deram "um jeitinho" e o devido processo legal não existiu.
Provas foram obtidas de forma ilegal. As provas apresentadas por Moro e Dallagnol foram obtidas ilegalmente no exterior através de dois sistemas internos de controle da Odebrecht e não obedeceram ao rito legal. Foram produzidas provas de maneira ilegal e plantada uma nulidade pela dupla.
Toffoli negou recurso de Lula em 2018. Dias Toffoli foi um dos ministros que negou recurso de Lula em 2018 e começou a se aproximar das Forças Armadas e do bolsonarismo, dizendo, inclusive, que 64 foi um movimento e não um golpe. Mas, no meio do caminho, apareceu a Vaza Jato e destampou um punhado de desmandos da Lava Jato.
Dallagnol agiu contra Toffoli. A Vaza Jato revelou que Dallagnol tentou enredar Toffoli em uma delação da OAS como se ministro tivesse recebido uma benesse. Outros membros do Supremo também estavam no alvo de Dallagnol e, desde o começo, Moro e Dallagnol usaram a posição que tinham para atrair uma competência que não era deles. Fachin, inclusive, apontou em uma decisão que Moro não tinha competência para julgar Lula em Curitiba.
Provas ainda continuam valendo. A decisão de Toffoli não anulou todas as provas da Lava Jato. Delações premiadas e confissões de crimes são provas obtidas no âmbito de uma leniência da Odebrecht e continuam valendo. Apenas provas obtidas ilegalmente por Moro e Dallagnol foram anuladas e ambos estão sujeitos a investigações da AGU para avaliar e apurar eventuais abusos para responsabilização civil, ou seja, uma possível indenização.
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