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Bigode de Maduro faz camelôs "bolivarianos" faturarem alto em Caracas

Thiago Varella

Do UOL, em Caracas (Venezuela)

11/04/2013 20h50

É incomum ver eleitores no Brasil comprando suvenires de campanha de seus candidatos favoritos. No máximo, usam um boné, uma camiseta ou um adesivo, sempre doados pelo comitê de campanha.

Na Venezuela é diferente. As ruas por onde os chavistas passaram em Caracas, nesta quinta-feira (11) a caminho do comício final de Nicolás Maduro, estavam abarrotadas de camelôs, como na rua 25 de Março, em São Paulo, ou na região da Saara, no Rio, vendendo todo o tipo de quinquilharia com os rostos de Chávez e do candidato governista à sucessão.

O nome do ex-presidente, morto há pouco mais de um mês, vem primeiro porque ele é líder em venda de lembranças de campanha.

Há as clássicas camisetas, bonés, adesivos, gente pintando o rosto de militantes por algum trocado, chaveiros, brincos, braceletes, agasalhos, e o grande sucesso do dia: o bigode de Maduro. 

Por 10 bolívares (cerca de R$ 3,10 pelo câmbio oficial), o simpatizante chavista pode ir ao comício devidamente “bigodeado”. E não há idade ou sexo certos para usar os bigodes bolivarianos.

Ingrid Pacheco, 33, estava faturando bem com a venda dos bigodes. Normalmente, ela vende bebidas nas ruas. Ela havia levado 300 bigodes e esperava vender todas antes do início do discurso de Maduro.

Segundo os próprios, os vendedores ambulantes não estão apenas ali para ganhar dinheiro. A ideologia bolivariana é fundamental para o negócio. Ingrid, assim como a maioria dos camelôs, estava vestida de vermelho.

Perguntada para quem iria votar, foi categórica: “Claro que vou votar no Maduro. Só ele para manter aquilo que Chávez conquistou”.