Circunstâncias podem "exigir abordagens distintas" da PM, afirma Doria

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

O ex-prefeito de São Paulo e postulante ao governo do estado pelo PSDB, João Doria declarou nesta segunda-feira (11) que "há circunstâncias que podem exigir abordagens distintas" da Polícia Militar, dependendo do local de atuação.

"Há circunstâncias que podem exigir abordagens distintas", afirmou o tucano durante sabatina promovida pelo UOL em parceria com o jornal "Folha de S. Paulo" e o SBT. "Às vezes, circunstâncias exigem por parte das autoridades policiais abordagens que não são iguais, mas quem deve responder por isso são especialistas nesse tema."

Doria havia sido indagado sobre declaração do comandante da Rota, tropa de elite da PM paulista, ao UOL, logo após tomar posse ano passado no cargo. Na ocasião, o tenente-coronel Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo afirmou que a abordagem da PM nos Jardins, bairro de classe média alta onde Doria, por exemplo, vive, tinha de ser diferente da que é realizada na periferia. À época, a declaração gerou repúdio de entidades que defendem os direitos humanos.

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O pré-candidato tucano disse mais de uma vez que não tem formação militar e alegou desconhecer "metodologias de abordagem". "Essa questão deve ser avaliada por especialistas", disse.

Por outro lado, questionado se considera razoável haver tratamentos diferenciados na abordagem em uma mesma cidade, por exemplo, o ex-prefeito reconheceu a possibilidade: "Operacionalmente, pode ser que sim".

Doria declarou também que segurança "será prioridade" em um eventual governo e fez afagos à Polícia Militar, lembrando que "cada PM cumpre um ano de treinamento". "Por isso que a PM de SP é tida como eficiente e respeitada".

Tucano vê "oportunismo" em homenagem a PM que matou assaltante

O tucano ainda alfinetou o adversário e pré-candidato à reeleição Márcio França (PSB) a respeito da homenagem que ele prestou à cabo Kátia Sastre no último dia das mães.

França a homenageou um dia depois de a policial, de folga, reagir a um assalto na porta da escola da filha e matar o criminoso. O gesto do governador foi criticado por especialistas em segurança pública, uma vez que isso poderia ser entendido como loas à letalidade policial.

Indagado se ele também homenagearia a PM, o tucano reconheceu que sim, mas "de forma discreta, não pública".

Na avaliação do ex-prefeito, "evidente que foi oportunismo" a homenagem prestada pelo governador. "Porque ele expôs essa policial. As pessoas sabem onde o filho dela estuda. Provavelmente facções criminosas sabem onde ela reside e quem são seus familiares; isso gera uma exposição de risco desnecessária", declarou.

Sobre o fato de a cabo poder disputar uma vaga de deputada estadual, após a projeção que o episódio conferiu a ela, Doria finalizou: "Não me parece sensato que neste momento ela queira ser candidata. Um erro leva a outro erro", definiu.

Ao ser sabatinado mês passado, França, se defendeu afirmando que é necessário "homenagear as boas práticas". "Me criticaram quando falei que a farda do policial era uma extensão da bandeira de São Paulo, que era intocável, mas eu quis dizer que o policial fardado é um alvo mais fácil, mais atraente, e tem que ser tratado diferente", afirmou o governador de São Paulo. "Não vi nenhum policial que não gostou dessa homenagem", completou.

Pesquisa Ibope divulgada no fim de maio apontou Doria como líder das intenções de voto, com 22%, seguido por Paulo Skaf (MDB), com 15%.

Doria foi o 4º sabatinado

Doria foi o quarto e último pré-candidato ao governo do estado de São Paulo a ser sabatinado. Luiz Marinho (PT) foi o primeiro, na segunda (28); dia 30, foi a vez de Márcio França (PSB). Na semana passada, foi a vez de Paulo Skaf (MDB).

Veja íntegra da sabatina UOL, Folha e SBT com João Doria

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