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Presidente da CPI do Cachoeira diz que poderá convocar governadores; ex-diretor da Delta não fala e é dispensado

Maurício Savarese

Do UOL, em Brasília

30/05/2012 11h29Atualizada em 30/05/2012 11h52

O presidente da CPI do bicheiro Carlinhos Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou nesta quarta-feira (30) que governadores de Estado podem ser convocados para depor à comissão. A resposta se deu após um questionamento do deputado Gladson Cameli (PP-AC), que viu possibilidade de violação do princípio da separação dos poderes se Marconi Perillo (PSDB-GO), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ) fossem convocados.

Para hoje estava previsto o depoimento de Cláudio Abreu, ex-diretor da construtora Delta, da qual Cachoeira seria um sócio oculto. Abreu compareceu à reuniã, mas invocou o direito de permanecer calado e acabou dispensado. Além dele, devem ser ouvidos também José Olímpio de Queiroga Neto, acusado de ser gerente da organização do contraventor; os contadores Lenine Araújo de Souza e Rodrigo Moral Dall Agnol e Gleyb Ferreira da Cruz, acusado de fazer pagamentos em nome de Cachoeira.

Segundo o presidente da comissão, após consulta à equipe técnica da CPI, a comissão tem poder de convocar qualquer representante do poder público porque várias esferas da Justiça podem contar com testemunhos de autoridades em qualquer processo. Perillo, Agnelo e Cabral têm ligações diferentes com aliados do bicheiro Cachoeira, hoje no presídio da Papuda, em Brasília.

As oitivas desta quarta-feira prometem ser tão inúteis quanto as dos dias anteriores. Todos os seis depoentes contam com habeas corpus para não se manifestarem sobre seu envolvimento com Cachoeira. Os membros da CPI criticaram o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter expressado em sua decisão que a comissão deve respeitar os investigados.