Juiz pede colaboração da defesa para que audiências da Operação Monte Carlo terminem hoje em Goiânia
O juiz Alderico Rocha Santos, que preside as audiências da Operação Monte Carlo na 11ª Vara da Justiça Federal em Goiânia, abriu o segundo dia de depoimentos nesta quarta-feira (25) pedindo para que a defesa dos réus colabore para não atrasar ainda mais os trabalhos iniciados ontem (terça 24).
Dos 14 depoimentos marcados para o primeiro dia (quatro testemunhas de acusação e dez de defesa), apenas dois foram realizados, com cerca de três horas cada um. No fim do dia, o Ministério Público Federal dispensou duas testemunhas, e os advogados de defesa conseguiram dispensar outras cinco.
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Além do bicheiro Carlinhos Cachoeira, estão previstos para esta quarta os depoimentos das cinco testemunhas restantes e de mais sete réus, mas podem ser adiados. O magistrado ponderou que se a instrução não terminar hoje (25), poderá ser remarcada para daqui a uma semana ou mais. “Montar todo esse aparato custa dinheiro público.”
Santos informou que a defesa fez reclamações de que ele estaria tentando acelerar o processo e que julgaria o caso no calor da pressão popular. O juiz rebateu as críticas e afirmou que não vai se deixar influenciar pela imprensa.
O magistrado informou que os réus presos sofrem com o deslocamento, e há riscos de fugas e atentados. “Eu não vou manter o senhor Carlinhos Cachoeira aqui, por exemplo, vou devolvê-lo para Brasília depois de encerrado o julgamento.”
O caso
Carlinhos Cachoeira é acusado de chefiar uma quadrilha que comandava jogos ilegais, principalmente em Goiás, e de usar de influência com parlamentares, como o ex-senador Demóstenes Torres, para manipular licitações e facilitar a entrada de empresas supostamente ligadas a ele e outros aliados nos governos do Distrito Federal, Rio de Janeiro e Goiás.
Pelas suspeitas de envolvimento com Cachoeira, Demóstenes teve o mandato cassado no último dia 11. Os governadores Agnelo Queiroz (PT-DF), Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Marconi Perillo (PSDB-GO) foram citados em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal durante as operações Vegas e Monte Carlo.
Os envolvidos assumem ter falado com Cachoeira em algumas situações e motivos diversos, mas negam envolvimento nas ações do bicheiro.
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