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Duda Mendonça fará comemoração por absolvição "à la baiana", diz advogado; defesa de réus entregará memoriais

O publicitário Duda Mendonça, absolvido no processo do mensalão - 11.ago.2005 - Lula Marques/Folhapress
O publicitário Duda Mendonça, absolvido no processo do mensalão Imagem: 11.ago.2005 - Lula Marques/Folhapress

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

17/10/2012 17h32Atualizada em 17/10/2012 17h49

Com o final do julgamento do capítulo que tratava de evasão de divisas, o marqueteiro Duda Mendonça foi absolvido das acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo seu advogado, Mendonça irá fazer uma festa para comemorar o fato. 

“Ele [Duda Mendonça] comemorou. Está feliz da vida. Nós vamos, inclusive, fazer uma comemoração domingo. Vai ser 'à la baiana', desorganizada”, disse o advogado de Zilmar Fernandes e Duda Mendonça, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Os ministros do STF Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa decidiram, na sessão desta quarta-feira (17), alterar seu voto em relação às denúncias contra Duda Mendonça e sua ex-sócia Zilmar Fernandes, que havia sido concluído na última segunda-feira. 

Mesmo com a alteração do voto, ainda há maioria para absolver Duda e Zilmar por evasão de divisas. Com a alteração, agora são 7 votos pela absolvição e 3 pela condenação. Eles também foram absolvidos por lavagem.

Kakay acompanhou o anúncio dos votos de todos os ministros sobee seus clientes e foi embora antes do intervalo da sessão.

Duda e Zilmar receberam cerca de R$ 10,4 milhões do PT na conta Dusseldorf, nas Bahamas, pela campanha que elegeu Lula em 2002. Os recursos foram remetidos por Valério, que usou a estrutura do Banco Rural para fazer os repasses. Eles ainda receberam cinco pagamentos de R$ 250 mil feitos pelo Banco Rural em São Paulo.

Memorial

Os advogados dos réus Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, e Simone Vasconcelos, ex-diretora de uma das agência de Valério, a SMP&B entregarão até o fim da semana memoriais aos ministros do Supremo Tribunal Federal para pedir que considerem penas menores para os seus clientes.

“Uma vez que há condenação para alguns delitos, com certeza, o Supremo vai adotar um critério bastante objetivo e certamente a pena deve usar a aproximação mais da pena mínima”, argumentou Castellar Guimarães Filho, defensor de Cristiano Paz.

O advogado de Simone Vasconcelos, Leonardo Yarochewsky, toma como exemplo o crime de lavagem de dinheiro, que tem pena de três a 10 anos de prisão, ele também tentará convencer os magistrados de que sua cliente merece uma pena menor.

“Ela não tem antecedentes. Só tem este processo. Ele estava em posição de vulnerabilidade porque era funcionária e poderia ser demitida. Ela tem dois filhos, neto. É uma trabalhadora”, afirmou Yarochewsky.