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Dilma vai a PE "fortalecer elo" no mesmo dia de evento de Campos em Brasília

A presidente Dilma Rousseff e o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos no porto de Suape, em Pernambuco, em 2013 - Roberto Stuckert Filho - 20.mai.2013/PR
A presidente Dilma Rousseff e o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos no porto de Suape, em Pernambuco, em 2013 Imagem: Roberto Stuckert Filho - 20.mai.2013/PR

Carlos Madeiro

Do UOL, em Recife

13/04/2014 06h00

Nesta segunda-feira (14), no mesmo dia em que o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, oficializará a pré-candidatura à Presidência em Brasília, a presidente Dilma Rousseff (PT) visita Pernambuco, governado até dez dias atrás provável adversário nas eleições de outubro.

Dilma será ciceroneada pelo novo governador João Lyra Neto (PSB), que tem deixado claro sua intenção de se reaproximar do governo federal.

Pela manhã, Dilma vai ao Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca (na Grande Recife), onde fará o lançamento do navio Dragão do Mar, construído no local.

Suape ganhou destaque no noticiário político nos últimos dias por ser inclusa pelo Senado na ampla CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras.

Segundo o requerimento dos governistas, há indícios de superfaturamento para o projeto e para o começo das obras na refinaria Abreu e Lima.

Dilma vai esticar sua visita e decidiu de última hora inaugurar, à tarde, a primeira etapa da adutora do Pajeú e assinar a ordem de serviço para o começo da segunda etapa da adutora em Serra Talhada (a 413 km do Recife).

Enquanto isso, o PSB realiza o "ato político-cultural Eduardo Campos e Marina – Encontro pelo Brasil”, quando será anunciada a indicação de Campos à Presidência e da ex-senadora Marina Silva (PSB) à vice.

A visita de Dilma a Pernambuco também deve servir para fortalecer o apoio do PT à pré-candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB) ao governo do Estado.

Aproximação com Dilma

A visita de Dilma fez com que Lyra Neto deixasse de ir a Brasília prestigiar o lançamento da pré-candidatura do PSB. Desde a saída de Campos do Executivo pernambucano, no último dia quatro, o novo governador mandou recados claros ao governo federal pela reaproximação.

Na última quinta-feira (10), Neto recebeu comitiva do governo federal, em Salgueiro (a 513 km do Recife). No site oficial do governo, ele afirmou sua gestão “vai fortalecer o relacionamento institucional entre os Governos Estadual e Federal.” A declaração foi dada com a presença dos ministros Miriam Belchior --do Planejamento, Orçamento e Gestão-- e Francisco Teixeira --da Integração Nacional.

Quatro dias antes, no seu primeiro ato como governador, Lyra Neto disse que o PIB (Produto Interno Bruto) de Pernambuco cresceu mais de 100% em dez anos e citou que o avanço se deve, além do governo Campos, aos investimentos de Lula e Dilma no Estado.

Segundo informações de bastidores, Lyra Neto estaria com o clima estremecido com Campos por ter sido preterido na disputa pelo governo do Estado. O PSB escolheu o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara como candidato à sucessão estadual.

Segundo o líder do PT no Senado, Humberto Costa, a visita de Dilma a Pernambuco não é política, mas para “aprofundar os laços” entre os governos federal e estadual.

“Ela vem para dizer a Pernambuco que o governo federal manterá todas as parcerias que tem com o governo do Estado e que espera que essas parcerias se aprofundem”, afirmou.

Costa tem sido um ferrenhos opositor de Campos desde 2012, quando se candidatou à prefeitura do Recife contra o PSB, que lançou o nome --que viria a vencer eleição em primeiro turno-- de Geraldo Júlio.