Josmar Jozino

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Justiça de São Paulo quer Marcola internado mais um ano em presídio federal

Vence em 2 de fevereiro de 2024 o prazo de internação de Marco Willians Herbas Camacho, 55, o Marcola, em presídio federal. O prisioneiro é apontado pelas autoridades como líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital) e criminoso de altíssima periculosidade.

Desde fevereiro de 2019, quando Marcola foi transferido da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP) para prisão federal, o Deecrim-1 (Departamento Estadual de Execuções Criminais da Capital) vem se manifestando favorável à prorrogação do período de internação do preso.

Mesmo faltando dois meses para a expiração do prazo, o Deecrim-1 alertou e oficiou a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) sobre a proximidade do término de permanência de Marcola no SPF (Sistema Penitenciário Federal).

A SAP, responsável pelos presídios de São Paulo, ainda não deu uma resposta. No sistema prisional paulista, porém, ninguém tem dúvidas de que o parecer será pela renovação da internação. Marcola está preso na Penitenciária Federal de Brasília.

Bruno Ferullo, advogado de Marco Willians Herbas Camacho, disse à reportagem que espera a decisão da SAP para se manifestar e apresentar os argumentos para que o cliente retorne ao estado de origem, no caso São Paulo.

A Justiça Federal também defende a permanência de Marcola no SPF. Em decisões anteriores, os juízes-corregedores decidiram pela prorrogação da internação por entender que "o preso exerce papel de líder máximo do PCC", a maior facção criminosa do país.

Os corregedores também mencionaram nas sentenças que "Marcola possui elevado poder financeiro e apresenta grande capacidade para desestabilizar a segurança pública nacional. Os juízes sustentaram ainda que o PCC tem enorme poderio bélico e forte atuação no Brasil e países vizinhos.

Planos de resgate

Marcola e outros 14 presos da cúpula do PCC foram removidos para presídios federais em fevereiro de 2019, a pedido do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo). O órgão alegou que, no final de 2018, havia sido descoberto um plano para resgatar os prisioneiros da P-2 de Venceslau.

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Na época, o policiamento foi reforçado por determinação do governo do estado. Centenas de homens do CPChoque (Comando de Policiamento de Choque), a elite da Polícia Militar, foram mobilizados à região. O aeroporto da cidade foi fechado.

Segundo a Justiça Federal Marcola é condenado a 330 anos de reclusão e, de dentro da prisão continua articulando estratégias para dar continuidade aos planos de fuga, inclusive com invasão da unidade federal por equipe treinada na Bolívia.

Para advogados que defendem líderes do PCC, "esses planos não passam de ficção e as autoridades usam esses argumentos para renovar os prazos de internações dos presos no SPF sem apresentar fatos novos, utilizando-se do tradicional esquema 'control C control V' (copia e cola ofícios anteriores)".

Há rumores de que Marcola será removido em breve para outra unidade federal. O SPF administra cinco presídios: Catanduvas (PR); Mossoró (RN); Campo Grande (MS); Brasília (DF) e Porto Velho (RO). Por enquanto, Marcola fez rodízio nos dois últimos.

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As disputas por poder e dinheiro dentro da principal organização criminosa do Brasil são narradas na segunda temporada do documentário do "PCC - Primeiro Cartel da Capital", produzido por MOV, a produtora de documentários do UOL, e o núcleo investigativo do UOL.

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