Lira troca solenidades do STF e governo por jantar de campanha na Paraíba
O presidente da Câmara do Deputados, Arthur Lira (PP-AL), trocou a posse do novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por um jantar de campanha para sucessão na Câmara, afirmou o colunista do UOL Tales Faria, durante o UOL News desta quinta (1).
Hoje no discurso dele [Barroso] e ele não precisou gastar muito tempo, a situação é um pouco mais tranquila, mas eu concordo que a gente precisa ficar em vigilância. Diminuiu o risco de um ataque frontal do tipo deste que ocorreu em 8/1 [de 2023], mas há outros ataques. Por exemplo: qual foi a grande ausência dessa cerimônia toda? Tales Faria, colunista do UOL
Foi o presidente da Câmara, Arthur Lira, que é o comandante do centrão. Aquele grupo amórfico de centro-direita, e até um pedacinho da centro-esquerda, que trabalha muito em torno do fisiologismo, que se aproveita de todas as situações para esticar a corda e tentar arrancar ao máximo de benesses possíveis do Estado. Só que às vezes estica a corda demais. Tales Faria, colunista do UOL
Segundo Tales Faria, ontem Arthur Lira esteve presente em um jantar na casa de outro deputado, Damião Feliciano (União Brasil-PB), em João Pessoa.
Deve ter sido um jantar importantíssimo para estar na casa de um deputado. Ele não foi ao Supremo para participar desse jantar. Tava lá também outro deputado, o Elmar Nascimento (União Brasil-BA), candidato do Arthur Lira à presidência da Câmara. Tales Faria, colunista do UOL
Ele já tá trabalhando a sua sucessão e foi lá fazer campanha para Elmar Nascimento e levou a tiracolo o ministro [de Comunicações] Juscelino Filho, que também é do União Brasil, para fazer campanha. Tales Faria, colunista do UOL
Tales Faria diz ainda que Lira, ao não marcar presença na solenidade, quis mandar um sinal para os outros poderes — Executivo e Judiciário.
Deve ser muito mais importante a campanha para sucessão dele do que a posse no Supremo. Na verdade, ele quis dar um sinal. A brincadeira que tava lá é que ele saiu do jantar ontem para hoje andar nas dunas. [...] Não tem nada disso confirmado de que ele foi para as dunas, o fato é que ele faltou à cerimônia. Tales Faria, colunista do UOL
E faltou para dar um sinal ao governo e ao Supremo de que ele não está muito satisfeito e afinado com o governo nem com o STF, aproveitando-se dessas operações agora do Supremo contra dois deputados, que ele nem morre de amores, nem chegou a se manifestar. Ele quer só fazer um sinal e dizer: 'olha, toma cuidado porque se a insatisfação aqui crescer, vocês têm que dar mais coisas [emendas] para evitar que a turma do centrão atira ao PL que tá revoltoso essas operações'. Tales Faria, colunista do UOL
Ou seja, para tornar mais caro o apoio dele, no fundo é isso que o centrão comandado por Arthur Lira vai fazer agora. Esse é no momento a nova ameaça. Por quê? Porque quando você enche de emendas impositivas no orçamento e impede que haja condição de o executivo decidir as políticas públicas, você cria problemas institucionais também. Está se saindo de uma questão de um tipo de golpismo, para outro tipo de golpismo mais branco e sutil, mas quase tão perigoso quanto. Tales Faria, colunista do UOL
*Com colaboração para o UOL, em São Paulo
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