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Militares brasileiros não foram enviados à Rússia para lutar contra Ucrânia

Rayanne Albuquerque

Do UOL, em São Paulo

25/02/2022 11h42Atualizada em 02/03/2022 10h52

É falso que militares brasileiros foram enviados à Rússia para lutar contra a Ucrânia, como alega um vídeo que circula no TikTok. As imagens foram recortadas de um vídeo publicado no canal SBT News, no YouTube, em outubro de 2020 (veja abaixo). A gravação mostra a operação Poseidon, um exercício militar no Rio de Janeiro que reuniu integrantes da Marinha, Exército e Aeronáutica. O post falso tinha 3,6 milhões de visualizações na manhã de hoje (25).

A Rússia iniciou a invasão da Ucrânia por volta das 5h45 de ontem do horário local (23h45 de quarta-feira no horário de Brasília). O Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou nota em que pede uma solução diplomática para a crise e a "suspensão imediata das hostilidades".

Hoje, o colunista do UOL Jamil Chade noticiou que o Itamaraty instruiu sua delegação na ONU a apoiar um projeto de resolução contra a Rússia que será colocado em votação no Conselho de Segurança. Moscou tem poder de veto no órgão.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma visita oficial à Rússia há cerca de dez dias, quando se reuniu com o presidente Vladimir Putin. Na ocasião, Bolsonaro declarou que Putin era "uma pessoa que busca a paz".

Após a eclosão do conflito na Ucrânia, Bolsonaro disse que o Brasil está empenhado em "proteger os brasileiros que estão na Ucrânia". O Itamaraty disse que não tinha prazo para resgatar os brasileiros que estão no país europeu.

Mapa Ucrania - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

Bolsonaro desautoriza Mourão

Também ontem, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou apoiar a soberania da Ucrânia e o uso da força na região para conter o avanço dos russos.

"O mundo ocidental está igual ficou em [19]38 com o Hitler, na base do apaziguamento, e o Putin não respeita o apaziguamento", afirmou ele a jornalistas. "O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia."

Horas após as declarações de Mourão, em sua live semanal, Bolsonaro desautorizou o vice-presidente a falar sobre o conflito em nome do governo.

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