PMs serão ouvidos em júri do Carandiru; apenas 4 de 26 falarão, diz advogada
O júri de 26 policiais militares acusados pela morte de 15 presos do complexo penitenciário do Carandiru será retomado nesta quarta-feira (17) com a leitura de peças do processo pelos jurados, de manhã, e, à tarde, com os interrogatórios de quatro dos 24 réus presentes ao julgamento. O grupo responde pelo crime de homicídio qualificado, sobre o qual incide pena de 12 a 30 anos de reclusão, por vítima, em caso de condenação.
Leia mais
- "Entrada da PM no Carandiru foi necessária e legítima", diz Fleury em júri de policiais
- "Era necessário entrar no Carandiru; não eram necessárias 111 mortes", diz desembargador
- Arquitetura do Carandiru inviabilizou diálogo com presos, diz testemunha
- Demora no julgamento favorece impunidade e prejudica réus, dizem especialistas
- Infográfico mostra como aconteceu a invasão de 1992; relembre
- 1/3 dos presídios de São Paulo tem superlotação igual ao Carandiru
- Para MP, trabalho é convencer jurados de que 'bandido bom' não é 'bandido morto'
- Cepollina se diz feliz, lamenta que "assassino de Ubiratan esteja impune"
- Matança no Carandiru motivou formação de facção criminosa
- Só 10% creem em prisão por Massacre do Carandiru, diz Datafolha
- Julgamento do Massacre do Carandiru foi dividido em quatro partes
Como os réus respondem ao processo em liberdade, eles não são obrigados a participar do próprio julgamento. Mesmo os que decidirem se manifestar, podem optar por permanecer em silêncio diante do juiz e da acusação composta, neste júri, pelos promotores Fernando Silva e Márcio Friggi de Carvalho.
A advogada dos réus, Ieda Ribeiro de Souza, não explicou, na terça-feira (16), por que apenas quatro PMs falarão. Dias antes do júri, entretanto, ela admitiu ao UOL que abreviaria a tarefa aos jurados.
O segundo dia de júri, na terça-feira (16), foi marcado pelos depoimentos das testemunhas de defesa, três juízes corregedores da Vara de Execuções, à época, o ex-secretário de segurança pública Pedro Franco de Campos e a juíza da 1ª Vara Criminal de Taubaté Sueli Zeraik Armani. Além deles, depôs também a testemunha mais aguardada pela defesa: o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho.
Para Fleury, "a entrada da polícia foi absolutamente necessária e legítima" no Carandiru. Sobre a responsabilidade pelos 111 assassinatos de custodiados do Estado, durante a ação da polícia, o ex-governador afirmou: "A responsabilidade política era minha; a criminal, caberá aos jurados esclarecer".
Júri pode se tornar imparcial com jurado jovem, diz advogado
Ouvido como testemunha de defesa, Fleury falou durante cerca de 40 minutos e saiu pelos fundos, longe do acesso da imprensa e do público que frequenta o fórum. O segundo dia foi encerrado com a leitura de peças, laudos e depoimentos não levados a plenário por defesa e acusação, aos jurados.
Após o interrogatório dos réus, começa a fase de debates entre acusação e defesa: serão três horas para cada, em função do número de réus, em geral, é uma hora e meia para cada --, com duas horas de réplica e tréplica para cada ?o mais comum são duas horas. Só depois dessas etapas o Conselho de Sentença se reúne para analisar os quesitos da denúncia referente a cada uma das 15 vítimas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.