"Ouvi um estrondo e pensei que fosse tiro", diz morador que ajudou a evacuar prédio
O ajudante geral Gabriel Archângelo, 24, é um dos sobreviventes do incêndio em um prédio que desabou no Largo do Paissandu, centro de São Paulo.
Morador do sexto andar, ele contou ao UOL que ouviu um estrondo no começo da madrugada no andar de baixo — onde um casal com histórico de desavenças brigava mais uma vez. A porta deles, disse, estava aberta. O barulho foi confirmado por outros moradores.
“Eu vi que eles estavam com álcool na mão. De repente, ouvi um estrondo e corri para a janela, pensei que fosse tiro. Quando vi que era fogo, subi correndo ‘Fogo! Fogo!’ até o décimo andar, chamando o povo para sair”, contou. “Muita gente desceu as escadas chorando, só com a roupa do corpo, alguns conseguiram pendurar uma bolsa no braço. Ainda vi esse casal descer pelado, correndo, porque as roupas já estavam em chamadas”, relatou.
O jovem morava em um quarto com outros 11 familiares --entre os quais, seis irmãos. Estavam havia quatro anos no edifício, e havia oito em ocupações, após saírem da Brasilândia, periferia norte de São Paulo.
Prefeitura vai levar pessoas para abrigos
Até o momento, a Prefeitura de São Paulo já cadastrou 248 pessoas, que moravam no prédio. O governo municipal pretende levar os desabrigados para abrigos da região.
Archângelo e a mãe, Ana Paula, não querem ir para abrigos da Prefeitura —preferem a casa de primos.
“Mandam a gente agora para abrigo, mas depois nos mandam para onde? Eles aparecem agora, mas depois de três dias esquecem da gente e passam uma borracha nisso. A gente não é um lixo, todo mundo lá na ocupação trabalha”, disse.
Segundo ele, os moradores pagavam entre R$ 250 e R$ 500 de aluguel a dois coordenadores do movimento — uma mulher conhecida por “Nil” e um homem chamado Amilton. “Cadê esse pessoa agora?”, questionou Archângelo, que afirma que pagava R$ 350 mensais a eles por um quarto.
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