Caçada à quadrilha que atacou Araçatuba tem 5 suspeitos presos e 2 mortos
A caçada à quadrilha que aterrorizou Araçatuba, a 519 km da capital paulista, se espalhou pelo Estado de São Paulo com um saldo de cinco suspeitos presos e dois mortos (sendo que um dos casos ainda é investigado) até o momento. Outros dois moradores morreram na ação.
O assalto a agências bancárias na madrugada de segunda-feira (30) é apontado como o mais violento do tipo nos últimos dois anos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Com armas de grosso calibre, os bandidos usaram reféns como escudo humano e espalharam 98 explosivos com acionamento remoto pela cidade de 200 mil habitantes.
O número de detonadores foi o maior da história do país, aponta levantamento inédito feito pela Associação Mato-Grossense para o Fomento e Desenvolvimento da Segurança a pedido do UOL.
A quadrilha usou ao menos 22 veículos no assalto —oito deles foram roubados de moradores, segundo a PM. Os veículos usados na ação até as agências bancárias no centro da cidade eram blindados e tinham adaptações, como um buraco para apoiar um fuzil projetado para fora.
Dois suspeitos mortos
Entre os mortos na ação, um foi identificado como Jorge Carlos de Mello e apontado como integrante do grupo que promoveu a ação conhecida como "novo cangaço". Ele fazia parte do PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo informação do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, um dos maiores especialistas no combate à facção criminosa.
Outro morto é suspeito de participar da ação. Na madrugada de ontem (1º), o corpo de um homem de 47 anos com colete à prova de balas abandonado foi encontrado em uma rua de Sumaré, a 428 km de Araçatuba.
Ao lado do cadáver, policiais encontraram um bilhete escrito a mão com o telefone da irmã da vítima. A suspeita é de que o homem morto tenha participado do assalto pelas características da ocorrência.
Suspeitos presos
Horas após o crime, um casal foi preso por equipes do 12º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) na região de Araçatuba por suspeita de participação no assalto.
No mesmo dia, agentes do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) detiveram um terceiro suspeito envolvido nos ataques. O acusado, encontrado no município de Campinas (SP), admitiu participação na ação criminosa, segundo a polícia.
As últimas duas detenções ocorreram na terça-feira (31), em Piracicaba (SP) de suspeitos hospitalizados após serem baleados em confronto. Um suspeito de 24 anos com ferimentos foi encaminhado pelos policiais à Santa Casa da cidade, onde está internado sob escolta policial. Contra ele também havia um mandado de prisão expedido pela justiça pelo crime de roubo.
Um outro suspeito de 41 anos foi localizado com ferimentos na mesma unidade de saúde. Ele chegou ao local sem identificação, mas foi identificado pelo setor de papiloscopia da Polícia Civil, que constatou que ele já era procurado pelo crime de falsificação.
As vítimas
Um dos explosivos chegou a ser acionado, levando à amputação dos dois pés de um homem. O marceneiro Clayton Alexandro Soares Teixeira, 25, esperou a gangue sair da cidade e decidiu voltar de bicicleta para sua casa, onde mora com a mãe. No trajeto, foi atingido pela explosão da bomba.
Dois moradores da cidade também foram mortos pelos criminosos. O professor de educação física Márcio Victor Possa da Silva, 34, foi assassinado por não conseguir se segurar no teto de um carro usado na fuga da quadrilha, segundo familiares.
Já Renato Bortolucci, de 35, foi morto enquanto tentava filmar os criminosos. Outras três pessoas ficaram feridas e foram internadas.
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