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Ataque israelense mata 19 palestinos em escola da ONU

Do UOL, em São Paulo

30/07/2014 05h55Atualizada em 30/07/2014 10h08

Um ataque israelense matou  na manhã desta quarta-feira (30) 19 palestinos refugiados em uma escola da ONU para meninas em Jabaliya, no norte da faixa de Gaza, deixando outros 90 feridos, informou o porta-voz do Ministério da Saúde no território palestino, Ashraf Al Qedra.

Bombardeios no campo de refugiados deixaram ao menos outros 23 mortos durante a madrugada. Em 23 dias de ofensiva, mais de 1240 palestinos morreram, a maioria civis. Do lado israelense, 53 soldados e 3 civis foram mortos. 

Disparos de tanques atingiram em cheio duas salas de aula da escola al Hussein, mantida pela UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina) onde famílias inteiras tinham se refugiado depois que foram obrigadas a sair de suas casas pelos bombardeios israelenses das últimas três semanas.

Pierre Krähenbühl, comissário-geral da UNRWA, condenou o ataque israelense, afirmando que mulheres, homens e crianças foram mortos e feridos "enquanto dormiam em um local onde deveriam estar protegidos. Não estavam. Intolerável".

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

"Não há palavras para expressar adequadamente minha raiva e indignação", afirmou.

No total, cerca de 180 mil habitantes do território palestino estão refugiados, em condições muito precárias, nas 83 escolas geridas pela UNRWA.

Israel disse que militantes próximos à instalação atiraram bombas de morteiro e as forças israelenses foram obrigadas a revidar.

No dia 24 de julho, um disparo de artilharia atingiu outra escola da ONU na faixa de Gaza, em Beit Hanun, matando cerca de 15 palestinos. O Exército israelense negou sua responsabilidade no incidente.

Israel acusa o movimento islâmico Hamas de usar a população como escudo humano para proteger seus arsenais e centro operacionais instalados em igrejas, mesquitas e escolas da faixa de Gaza.

Terça-feira violenta

A Força Aérea e a artilharia israelense atacaram posições em toda a faixa de Gaza, que ontem registrou o dia mais sangrento desde o início da operação Limite Protetor, com mais de 120 mortes. O aumento da violência vem um dia após anúncio do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertar israelenses para se preparem para "uma campanha prolongada" na faixa de Gaza.

Na madrugada desta quarta, segundo Qedra, morreram outros 11 palestinos, entre eles três meninas, e mais de 20 ficaram feridos, em Tuffah, um subúrbio do nordeste da cidade de Gaza.

Em outro ataque, em Khan Yunes, muito atingida por bombardeios, ao menos 13 palestinos morreram, entre eles sete membros de uma mesma família, por disparos de tanques israelenses, anunciaram os socorristas locais.

"O número de mortos desde o começo da guerra israelense contra Gaza, em 8 de julho, já chegou a 1.262, e os feridos somam mais de 7 mil. Dois terços das vítimas são civis, entre eles mulheres e crianças", disse o porta-voz.

Uma delegação do Hamas e outra da Autoridade Nacional Palestina (ANP) devem se reunir entre hoje e amanhã com representantes do governo egípcio para começar os esforços de pacificação, enquanto o Executivo israelense se reunirá hoje para analisar a proposta.

Origem

A onda de violência na região foi motivada pelo sequestro e assassinato de três jovens israelenses em um assentamento na Cisjordânia, seguido do sequestro de um adolescente palestino, morto na região de Jerusalém.  (Com agências internacionais)