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Aviões da FAB começam a ser usados no combate a queimadas na Amazônia

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

24/08/2019 18h36Atualizada em 24/08/2019 19h20

Aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) começaram a ser utilizados hoje no combate às queimadas na Amazônia, informou o governo federal.

Segundo comunicado oficial, dois aviões C-130 Hércules já estão sendo usados para conter as chamas, partindo de Porto Velho, capital de Rondônia.

As aeronaves têm capacidade para carregar até 12.000 litros d'água, segundo a Aeronáutica. O lançamento dura sete segundos, e a água se espalha por uma linha de 500 metros.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou decreto para autorizar a atuação de militares das Forças Armadas no combate às queimadas na Amazônia por pelo menos um mês. De início, o governo mobilizará tropas em quatro estados: Rondônia, Roraima, Tocantins e Pará.

Hoje de manhã, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou que negocia com o Ministério da Fazenda a liberação de R$ 28 milhões para o combate ao fogo.

Queimadas dispararam em agosto

As queimadas na Amazônia dispararam em agosto, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que faz monitoramento de focos de incêndio via satélite.

Até ontem, houve 31.375 focos de incêndio registrados em agosto nos nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) -- mais de três vezes o número de julho (8.876).

O avanço das queimadas na Amazônia atraiu a atenção de políticos e celebridades, principalmente no exterior, colocando o governo Bolsonaro sob uma pressão externa inédita nestes primeiros oito meses de mandato.

Hoje, na reunião do G7, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu a "mobilização de todas as potências" contra as queimadas na Amazônia. Ele defendeu também o bloqueio do recente acordo entre a União Europeia e o Mercosul, que demorou duas décadas para ser finalizado -- Reino Unido, Alemanha e Espanha discordaram da posição francesa.

O governo brasileiro, por sua vez, espera que os EUA barrem qualquer conversa sobre a Amazônia no G7, defendendo que só aceitarão dialogar sobre o tema com a presença do Brasil.

Em pronunciamento feito ontem em rede nacional, Bolsonaro afirmou que incêndios florestais acontecem em todo o mundo e não podem "servir de pretexto para sanções internacionais".