"Nego todas as provas contra mim", diz primeiro réu a depor na Justiça Federal em Goiânia
"Nego veementemente todas essas provas colhidas contra mim. Não aceito elas como legais, nem as gravações nem os vídeos nem o website contábil contra mim", disse Lenine Araújo de Souza, primeiro réu da Operação Monte Carlo a falar na 11ª Vara da Justiça Federal, em Goiânia, nesta quarta-feira (25).
Lenine começou o interrogatório dizendo que tem curso superior completo em Administração de empresa e trabalha como consultor em Anápolis. Afirmou que é primo de Cachoeira e trabalhou com ele no ramo de jogos legais e foi sócio formal do contraventor na Bet (empresa de jogos) até 2003.
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Questionado se teria falado com Cachoeira por meio de celular, voltou a negar as provas juntadas ao processo da operação Monte Carlo. Sobre o aparelho Nextel, habilitado no exterior, Lenine disse: "Fico calado".
O juiz insistiu em dizer nomes de pessoas possivelmente envolvidas na rede de jogos ilegais em Goiás e no Distrito Federal. Lenine voltou a negar as acusações a ele imputadas.
"Tenho 46 anos, sou casado há 17, pai de dois filhos, me formei em administração de empresas em 1987, sou filiado ao CRADM (Conselho Regional de Administração) desde 2002, sou católico fervoroso e auxilio a creche Paraíso dos Sonhos, que ajuda crianças carentes", disse o réu. Reprimido pelo juiz, que disse que ele deveria se ater aos fatos, afirmou que manifestava sua indignação, especialmente pela prisão injusta.
Ao Ministério Público Federal não disse nada. Ao responder os questionamentos do seu defensor, Lenine voltou a declarar que negava todos os fatos que são atribuídos a ele. "Não participo de nenhuma quadrilha. Todo meu patrimônio declarado está no meu imposto de renda."
O réu lembrou que até 2007 o jogo era legal e que todo seu patrimônio é lícito. "Sinto-me injustiçado da maneira como fui preso. Comprometo a colaborar com o juíz". O próximo interrogado é Wladimir Garcêz Henrique.
O caso
Carlinhos Cachoeira é acusado de chefiar uma quadrilha que comandava jogos ilegais, principalmente em Goiás, e de usar de influência com parlamentares, como o ex-senador Demóstenes Torres, para manipular licitações e facilitar a entrada de empresas supostamente ligadas a ele e outros aliados nos governos do Distrito Federal, Rio de Janeiro e Goiás.
Pelas suspeitas de envolvimento com Cachoeira, Demóstenes teve o mandato cassado no último dia 11. Os governadores Agnelo Queiroz (PT-DF), Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Marconi Perillo (PSDB-GO) foram citados em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal durante as operações Vegas e Monte Carlo.
Os envolvidos assumem ter falado com Cachoeira em algumas situações e motivos diversos, mas negam envolvimento nas ações do bicheiro.
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