Mais dois empreiteiros ficam em silêncio na CPI da Petrobras
Os empreiteiros Dario Queiroz Galvão Filho e Sérgio Cunha Mendes ficaram em silêncio durante audiência da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras nesta terça-feira (2). Eles foram dispensados da reunião pelo presidente do colegiado, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).
Além de Galvão e Mendes, os outros executivos convocados pela CPI também ficaram calados: Gerson de Mello Almada, ex-vice-presidente da Engevix; José Aldemário Pinheiro Filho, ex-presidente da OAS; João Ricardo Auler; ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa; e José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho de Sá Oliveira, ex-funcionários da empreiteira OAS.
Na sessão de hoje, Dario chegou a apresentar habeas corpus para poder ficar calado sem sair da Câmara preso. Dario foi convocado como investigado e não é obrigado a falar durante seu depoimento. Ele tem o direito constitucional de permanecer em silêncio e não gerar provas contra si próprio.
Alegando o mesmo direito constitucional ao silêncio, Mendes pediu desculpas e afirmou que não responderia às perguntas dos deputados.
A sessão de hoje da CPI encerrou a rodada de depoimentos com executivos suspeitos de integrar um cartel de empreiteiras e pagar propina a ex-diretores da estatal. A maioria dos envolvidos no esquema optou por ficar em silêncio durante as sessões e foi dispensada.
Mendes era vice-presidente da construtora Mendes Junior. Dario Queiroz era diretor-presidente da Galvão Engenharia. Eles foram afastados de suas funções após as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público apontarem que as empreiteiras formavam um "clube" de empresas que combinavam preços para fechar contratos com a Petrobras.
Os empreiteiros foram presos em novembro passado com a deflagração da operação Lava Jato, mas em abril obtiveram autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para cumprir prisão domiciliar enquanto respondem a processos na Justiça Federal do Paraná.
As investigações também indicam que parte dos recursos dos contratos eram desviados para pagar propina a funcionários da estatal e abastecer o caixa do PT, PP e PMDB.
Em depoimento à Justiça, Mendes disse que sua empreiteira pagou cerca de R$ 8 milhões em propina ao doleiro Alberto Youssef para garantir o pagamento de aditivos em obras da construtora com a Petrobras.
Apenas empreiteiros que fizeram acordo de delação premiada com o Ministério Público responderam às perguntas dos deputados na CPI: o diretor-presidente afastado da Camargo Corrêa Dalton Avancini e o ex-vice-presidente da mesma empresa, Eduardo Hermelino Leite.
Os empresários da Camargo Corrêa confirmaram à CPI o pagamento de propina e formação de cartel de empreiteiras. Também indicaram que o esquema pode ter tido participação de mais funcionários da Petrobras, além dos ex-diretores Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró e o ex-gerente Pedro Barusco. Eles, no entanto, não mencionaram novos nomes.
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