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"Continua indicado, ainda", diz Bolsonaro sobre Onyx após delação sobre caixa 2

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

14/11/2018 19h22

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse que nesta quarta-feira (14) que o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) segue indicado, "ainda", para assumir a chefia da Casa Civil no seu governo, depois de o jornal Folha de S.Paulo revelar delação da JBS que indica que o parlamentar recebeu via "caixa dois" uma doação eleitoral em 2012.

A reportagem apontou que uma planilha entregue por delatores da empresa alimentícia à PGR (Procuradoria-Geral da República) sugere que Onyx recebeu R$ 100 mil não declarados durante a penúltima campanha municipal.

O pagamento a "Onyx-DEM", segundo a tabela, foi feito em 30 de agosto de 2012. De acordo com os colaboradores, o dinheiro foi repassado em espécie. Na época, Onyx já comandava o diretório do DEM no Rio Grande do Sul.

"Continua indicado, ainda", respondeu Bolsonaro após ouvir de jornalistas a menção ao nome de Onyx durante entrevista coletiva no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), base da equipe de transição do governo --comandada pelo deputado federal.

"O Onyx é a pessoa mais adequada para responder essa pergunta para vocês. Ele é a pessoa mais adequada. Pelo que eu sei, ele não é réu em nada", declarou o presidente eleito, acrescentando que sua indicação não tem critério política.

Ao ser indagado se Lorenzoni continua tendo 100% da sua confiança, Bolsonaro ironizou: "100% ninguém tem, tá ok? 100% eu só confio no meu pai e minha mãe". E encerrou a entrevista.

No ano passado, o congressista confessou ter obtido da JBS R$ 100 mil não declarados à Justiça Eleitoral, mas para a campanha de 2014. Em entrevistas à imprensa, ele disse que deveria "pagar pelo erro".

Segundo a Folha, passados 15 meses da admissão de culpa do parlamentar, nenhum inquérito foi aberto e ele não foi responsabilizado de nenhuma maneira.

Onyx ataca Folha

Em pronunciamento pela manhã, também no CCBB, Onyx criticou a reportagem publicada nesta quarta e o jornal, que segundo ele "quer o terceiro turno das eleições".

"Agora, se requenta uma informação do ano passado, dada por alguém que eu não sei quem é, se passo na rua, não sei quem é, não conheço, nunca vi. No episódio de 2014, eu reconheci e fiz o que uma pessoa que carrega a verdade consigo tem que fazer.

Nada temo. Não é a primeira vez que o sistema tenta me envolver com a corrupção. Alto lá! Eu sou um combatente contra a corrupção. E essa é a história da minha vida", declarou.