Cláudio Castro é o sétimo governador do Rio a ser investigado; veja a lista
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), é investigado pela PF (Polícia Federal) pela suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) autorizou a quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático de Castro. Ele é o sétimo governador do Rio a ser investigado, entre os eleitos diretamente desde o fim da ditadura militar.
Só Leonel Brizola e Marcello Alencar, já mortos, não foram investigados por corrupção. Os vices Nilo Batista, Benedita da Silva e Francisco Dornelles, que assumiram temporariamente o cargo, também estão fora da lista.
Relembre os casos:
Wilson Witzel
Antecessor de Castro, Witzel sofreu um processo de impeachment em 2021. Ele foi considerado culpado por crimes de responsabilidade cometidos durante a pandemia de covid-19.
Entre as ilegalidades está um contrato com a Organização Social Iabas para a construção e operação de sete hospitais de campanha. Apenas um dos hospitais entrou em funcionamento.
À época, a defesa de Witzel disse que as acusações eram genéricas e que o processo tinha vícios.
Antes do impeachment, em 2020, Witzel havia sido afastado do cargo por determinação do STJ. A decisão foi tomada por suspeitas de fraude em compras na área da saúde durante a pandemia.
Witzel também foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República em 2021. Ele passou a ser réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A acusação era de que ele recebeu R$ 554 mil em propina.
O então governador negou as acusações. Segundo ele, a investigação era um "circo" e um "ultraje à democracia".
Luiz Fernando Pezão
Pezão chegou a ser condenado a quase 99 anos de prisão por corrupção passiva e ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A sentença foi anulada pelo TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) em abril de 2023.
Em 2018, Pezão foi preso em uma operação da Polícia Federal. Ele era governador do Rio.
A prisão foi parte da Operação Lava Jato. Pezão integraria o núcleo político de uma organização criminosa que atentou contra a administração pública, praticando os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
O então governador negou as acusações. Ele foi solto em 2019 após uma decisão do STJ.
Newsletter
PRA COMEÇAR O DIA
Comece o dia bem informado sobre os fatos mais importantes do momento. Edição diária de segunda a sexta.
Quero receberSérgio Cabral
O ex-governador foi preso em 2016 no âmbito da Operação Lava Jato. Ele foi solto em dezembro do ano passado, por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Investigações apontaram que ele teria recebido R$ 2,7 milhões em propina de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez. Cabral também teria usado joias e pedras preciosas para lavagem de dinheiro.
Após a decisão do STF, o ex-governador passou um período em prisão domiciliar. Agora, ele cumpre medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Em novembro de 2023, Cabral disse que pensa em se candidatar a deputado federal em 2026. Como foi condenado em segunda instância, porém, ele está impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa.
Rosinha e Anthony Garotinho
Em novembro de 2023, Rosinha foi alvo da PF pela suspeita de fraude na previdência municipal de Campos dos Goytacazes (RJ). Segundo as investigações, o rombo na PreviCampos foi de R$ 383 milhões.
Na época dos fatos, em 2016, Rosinha era prefeita de Campos. Ela afirmou que não tinha ingerência sobre os investimentos realizados pelo fundo.
Antes, em 2019, Rosinha e o marido, Anthony Garotinho, foram presos no âmbito de uma investigação sobre o superfaturamento de contratos celebrados entre a Prefeitura de Campos e a Odebrecht. Ambos afirmaram que a ordem de prisão era ilegal e que eram vítimas de uma perseguição.
Rosinha também respondeu a investigação sobre o seu período como governadora. Em 2019, ela foi condenada a ressarcir os cofres públicos em R$ 236 milhões por causa do desvio de recursos na Secretaria Estadual da Saúde.
Já Anthony Garotinho foi preso pela primeira vez em 2016, em uma operação sobre corrupção eleitoral em Campos. Ele foi solto, mas voltou à cadeia em 2017.
Wellington Moreira Franco
Em março de 2019, Moreira Franco (MDB) ficou menos de uma semana da cadeia por causa de uma denúncia de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato. O caso também envolveu o ex-presidente Michel Temer (MDB).
Ele foi libertado por uma liminar do TRF2.
O que pesa contra Castro
No caso envolvendo Castro, a PF investiga desvios em contratos da área de assistência social. A apuração também abrange pagamentos de propina a agentes públicos entre 2017 e 2020.
A defesa do governador afirmou que "não há nada" contra ele na investigação. "Tudo se resume a uma delação criminosa, de réu confesso, a qual vem sendo contestada judicialmente".*Com informações do Estadão Conteúdo.
Deixe seu comentário