Lula reafirma paixão por Janja e diz que vive 'melhor momento' da sua vida

O presidente Lula (PT) reafirmou, em entrevista neste domingo (10), a paixão que tem pela esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja. O petista também abordou temas diversos, como a queda que sofreu em outubro no banheiro do Alvorada, a eleição de Donald Trump nos EUA, cutucou o Congresso e criticou o mercado financeiro.

O que aconteceu

Lula afirmou ser um "cara apaixonado" por Janja e não imaginava que poderia amar e viver bem com outra pessoa na sua idade. O petista se casou com a companheira em cerimônia fechada em maio de 2022.

"Eu vivo o melhor momento da minha passagem pelo planeta terra", disse o mandatário de 79 anos. Ele contou que diz para todos que hoje se "sente um ser humano completo".

Lula foi entrevistado no programa PODK Liberados, dos senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Leila Barros (PDT-DF). Foi a segunda edição do programa, que entrevistou anteriormente o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). À colunista do UOL Letícia Casado nesta semana, o parlamentar negou conflito de interesses por manter um programa de entrevistas na rede aberta e ainda declarou ser "desrespeitoso" fazer questionamentos sobre o tema.

Ele também disse ser otimista não apenas na vida pessoal, mas também na economia e na política. "Eu vejo o mercado falar bobagem todo o dia, sabe? Não acredita nele, não. Que eu já venci eles uma vez e vou vencer outra. A economia vai dar certo porque o povo está participando do crescimento desse país. Nós sabemos fazer política social para as pessoas que mais necessitam, sem esquecer aqueles que não estão no CadÚnico [Cadastro Único para Programas Sociais] e que não precisam ser tratados pelo governo."

Eu quero deixar um legado da credibilidade do povo no país. É a autoestima do povo brasileiro, o emprego com salário justo, o empreendedorismo ficando cada vez mais profissional, cada vez ganhando um pouco mais, é a sociedade ter a possibilidade de estar na escola, universidade, ter um emprego melhor.
Lula, em entrevista

Queda no banheiro

O presidente caiu após cortar a unha em um banquinho no banheiro do Palácio em 19 de outubro. "Eu caí de onde eu nunca deveria ter caído", contou na entrevista, que teve trechos divulgados nesta semana.

"Foi uma batida muito forte, saiu muito sangue", relembrou. "Eu achei que eu tinha rachado o cérebro, rachado o casco, sabe? Eu fui direto para o Sírio-Libanês, fui direto. Eu achei que era uma coisa muito mais grave. A batida mexeu com o cérebro."

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Neste domingo (10), o Hospital Sírio-Libanês informou a melhora nos exames de Lula. O presidente tinha sido orientado a não pegar voos após a queda, mas foi liberado pelos médicos após novos exames.

Mercado e Congresso também foram abordados

O Executivo vem sofrendo pressão do setor financeiro para que apresente corte no orçamento de 2026. Em julho, também sob pressão do mercado, a equipe econômica já anunciou o congelamento de R$ 15 bilhões em gastos para este ano e mais R$ 25,9 bilhões para 2025.

"Acho que o mercado age com uma certa hipocrisia, sabe, com uma contribuição muito grande da imprensa brasileira, para tentar criar confusão na cabeça da sociedade", afirmou. "Acontece que nós não podemos mais jogar, toda vez que você tem que cortar alguma coisa, em cima do ombro das pessoas mais necessitadas." Lula tem resistido a qualquer corte que impacte em programas básicos e sociais, e repete várias vezes que os programas sociais não são gastos, são investimentos.

Lula também reclamou do Congresso. Desde que passou a ser cobrado para diminuir despesas, a articulação política do governo tem tentado "dividir" o ônus com o Legislativo, que também apresenta resistência em cortar suas verbas. A decisão sobre aonde vai cortar é algo o mandatário não quer fazer.

Se eu fizer um corte de gasto para diminuir a capacidade de investimento do orçamento, a pergunta que eu faço é a seguinte: o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que eu vou fazer? Porque não é só tirar do orçamento do governo.
Lula, sobre corte de gastos

Ainda falta negociar com o Congresso. A proposta de corte de gastos deverá ser apresentada pelo Executivo em forma de PEC (Proposta de Emenda à Constituição), o que ainda cobra ao governo articulação para aprovação nas duas casas com o mínimo de perda possível. Haddad já começou as conversas, que devem se intensificar na próxima semana.

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Petista disse esperar 'relação civilizada' com Trump

Ainda na entrevista, Lula, que é crítico ao norte-americano, afirmou não o conhecer pessoalmente, mas esperar uma relação "que trabalhe pela paz". "Eu não vou pensar o que pode acontecer de pior com a eleição de um presidente de um outro país. Eu conheço o Trump de ouvir dizer, de ler matéria dele, de vê-lo na televisão", disse, em entrevista para a RedeTV!, que foi gravada antes da vitória de Trump. Quando o resultado foi anunciado, Lula parabenizou Trump no X.

"Eu espero que a relação com o Brasil seja uma relação civilizada", afirmou o presidente. "Quando a gente tiver assunto para conversar, se conversa por telefone, se marca. Eu espero que seja essa relação", acrescentou, relembrando que teve boas relações tanto com presidentes democratas quanto com republicanos.

Essa é a relação que eu quero estabelecer, uma relação entre dois chefes de Estado, cada um representa o seu país, cada um tem interesses próprios nacionais. E eu espero que o Trump, veja, primeiro eu respeito muito as pessoas que são eleitas com resultado democrático. Ele foi eleito presidente dos Estados Unidos, ponto. Portanto, eu respeito o fato dele ter sido eleito pelo povo americano.
Lula, sobre relação com Trump

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