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Patriota chama conquista de Maduro de "vitória da democracia" na Venezuela

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

15/04/2013 15h37Atualizada em 15/04/2013 16h20

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, classificou na tarde desta segunda-feira (15) a vitória do candidato chavista Nicolás Maduro nas eleições de domingo na Venezuela como uma “vitória da democracia”.

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“Antes de mais nada, a eleição de ontem foi uma vitória da democracia. Nós [governo brasileiro] consideramos a plena vigência da democracia  como ingrediente essencial para a integração regional e um aprofundamento das relações dos outros níveis entre o Brasil e os países vizinhos”, afirmou o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty, em Brasília. 

Patriota também considerou que o resultado das urnas não deve ser contestado, uma vez que foi confirmado pelo Conselho Nacional Eleitoral do país vizinho.

“Os resultados devem ser respeitados por emanar da autoridade eleitoral máxima venezuelana e do Conselho Nacional Eleitoral. Eu chamaria atenção dos senhores para o fato de que este mesmo conselho anunciou a vitória do presidente Nicolas Maduro com a apuração de 99,12% dos votos, esclarecendo que o conselho, quando dá um resultado eleitoral, é porque considera que os resultados são irreversíveis”, justificou.

Na avaliação do chanceler brasileiro, a vitória do chavismo só irá reforçar a atual relação de proximidade entre Brasil e Venezuela. “A nossa expectativa é de prosseguirmos no caminho de relações cada vez mais estreitas, uma integração cada vez mais profunda”, sintetizou.  

Em 2012, as relações comerciais com a Venezuela registraram saldo positivo para o Brasil de cerca de U$ 4 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Somente em dezembro do ano passado, o governo brasileiro publicou o decreto em que promulgou o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul, assinado em julho de 2006. A entrada da Venezuela no bloco econômico foi acertada em julho de 2012, depois da suspensão do Paraguai do bloco devido ao rápido processo de troca de presidentes, repudiado por Argentina, Brasil e Uruguai.

Ainda hoje, o Mercosul deve se manifestar sobre as eleições presidenciais na Venezuela.