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Após ação do Exército, premiê da Tailândia pede eleições para agosto

Do UOL, em São Paulo

20/05/2014 09h59Atualizada em 20/05/2014 11h42

O premiê interino da Tailândia, Niwatthamrong Boonsongpaisan, afirmou nesta terça-feira (20) que pediu à Comissão Eleitoral do país que organize eleições para 3 de agosto, após o Exército tailandês tomar o poder e impor lei marcial. 

Niwatthamrong afirmou que falará com o chefe do Exército "assim que possível". O premiê interino não foi informado previamente sobre a movimentação dos militares e realizou uma reunião de gabiente nesta terça em um local não divulgado.

"O governo enviou uma carta à Comissão Eleitoral sugerindo que organize uma eleição para 3 de agosto, o que achamos que é apropriado. Se a comissão concordar, na semana que vem podemos emitir um decreto", afirmou Niwatthamrong.

Não está claro se o pedido será atendido.

O Exército declarou a lei marcial durante durante a madrugada na Tailândia. O anúncio surpresa concedeu amplos poderes ao Exército para impor sua decisão. Os militares insistiram que a medida não se trata de um golpe de Estado.

Nesta terça, pediu que todas as rádios e televisões do país alterem sua programação habitual para se conectar com os meios de comunicação militares "quando for solicitado".

Os militares dizem que essa medida serve para assegurar que todas as informações que cheguem ao público sejam verdadeiras, segundo o site do jornal "Bangkok Post". Todas as emissoras de rádio e canais de televisão, tanto por satélite como a cabo, do governo ou privadas serão afetadas pela decisão.

O canal Blue Sky, que apoia as manifestações antigovernamentais, substituiu as imagens dos protestos que costuma exibir diariamente por uma mensagem que informa sobre o fim da transmissão.

Mais tarde, o Exército usou as redes sociais para alertar a população contra o uso de tais meios para incitar a violência ou "burlar a lei", segundo o jornal "The Guardian". 

Meses de crise

A intervenção militar ocorreu depois de Boonsongphaisan ter se recusado, na segunda-feira (19) a renunciar, resistindo à pressão dos manifestantes anti-governo.

No início deste mês, um tribunal ordenou que a então primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, e vários ministros renunciassem.

Em resposta, Yingluck convocou eleições gerais antecipadas em fevereiro, nas quais seu partido era amplamente visto como ganhador. Mas os manifestantes interromperam a votação e a eleição foi, mais tarde, anulada.

O país está sem um governo funcionando corretamente desde dezembro e não foi capaz de elaborar um orçamento do Estado.

Os partidários de Yingluck acreditam que os tribunais são tendenciosos contra ela e se posicionam a favor da elite urbana no centro do movimento de protesto.