Um dia após golpe, junta militar prende premiê 'para sua própria proteção' na Tailândia
A junta militar que tomou o poder na Tailândia deteve nesta sexta-feira (23) a ex-premiê Yingluck Shinawatra e mais de 100 políticos, líderes e ativistas, proibindo-os de deixar o país.
Segundo o porta-voz do Exército, Shinawatra e membros de sua família foram detidos "para sua própria proteção" e serão soltos "dentro de uma semana".
"No total, 155 pessoas foram proibidas de viajar ao exterior, salvo autorização" do novo regime militar, "para manter a paz e a ordem", declarou um porta-voz militar na televisão.
Yingluck Shinawatra, destituída recentemente pela Justiça, se apresentou nesta sexta-feira à Base Real do Exército, atendendo a convocação da nova junta militar que assumiu o poder na Tailândia, um dia após um golpe de Estado.
A ex-premiê chegou em um veículo a prova de balas e, após 30 minutos, foi levada a local não informado.
Outro que também se apresentou foi o ex-premiê interino Niwattumrong Boonsongpaisan, destituído pelo golpe. Também foram 'convocados' empresários, governadores, líderes sindicais e funcionários públicos.
Não está clara a situação dessas pessoas, uma vez que a imprensa não tem acesso à base a as atividades jornalísticas enfrentam restrições no país. A maioria dos canais de TV internacionais e nacionais estão fora do ar.
Embaixadores estrangeiros foram convidados para um encontro com a junta na tarde deste sexta-feira.
Premiê provisório
Um dia após o golpe, o chefe do Exército da Tailândia, o general Prayuth Chan-ocha, se autoproclamou primeiro-ministro provisório do país.
O Conselho Nacional para a Paz e a Ordem (CNPO), o nome oficial da junta militar comandada por Prayuth, informou em comunicado que o general assumirá as funções administrativas do cargo de primeiro-ministro até que se encontre um novo candidato definitivo.
"Já que as leis estipulam que o primeiro-ministro autoriza ações sob a lei, o líder do CNPO, ou os indivíduos designados por ele, assumirão por enquanto a autoridade", disse o comunicado, segundo o jornal "Bangkok Post".
Prayuth, que há três dias declarou a lei marcial no país, assumiu na quinta-feira todos os poderes após considerar que as tentativas de um acordo entre o Executivo interino e os antigovernamentais fracassaram.
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