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Tailândia bloqueia mais de 200 sites; 124 presos são liberados

Manifestante protesta contra o regime militar recém-instaurando na Tailândia, em Bancoc - Athit Perawongmetha/Reuters
Manifestante protesta contra o regime militar recém-instaurando na Tailândia, em Bancoc Imagem: Athit Perawongmetha/Reuters

Do UOL, em São Paulo

28/05/2014 09h38

Mais de 30 milhões de contas de Facebook foram bloqueadas nesta quarta-feira (28) na Tailândia, quase uma semana depois que os militares deram um golpe de Estado e censuraram os meios de comunicação. Os usuários começaram a ter problemas para se conectar com seus computadores e telefones celulares à rede social a partir das 15h locais (5h de Brasília), informou o jornal "Bangcoc Post".

"Isso significará o final dos 'selfies' e das fotos de comida?", ironizou um blogueiro durante os minutos que o Facebook deixou de funcionar na Tailândia.

A junta militar da Tailândia, no entanto, negou ter bloqueado o Facebook e disse que se trata de um problema técnico. Os militares interromperam a transmissão das redes de televisão para fazer um pronunciamento e explicar o que se sucedeu.

A população local, porém, desconfiou já que, até o momento, a junta militar bloqueou 219 portais de internet, alegando que eles significam uma ameaça para a "segurança nacional".

O exército anunciou que pedirá para as redes sociais e aplicativos de conversa instantânea, como o Line, colaboração para eliminar as contas dos usuários que divulgarem "conteúdo ilegal", segundo o portal "Prachatai". O secretário permanente do Ministério de Informação e Tecnologia de Comunicação, Surachai Srisakam, também disse que um plano para que a vigilância da internet seja mais eficiente está sendo elaborado. As pessoas que divulgarem "informação ilegal" serão detidas pelas autoridades militares e julgados.

Presos começam a ser liberados

A junta militar também anunciou nesta quarta-feira que pôs em liberdade 124 das 200 pessoas que foram intimadas e detidas desde a sexta (23). Segundo o porta-voz dos militares, elas foram soltas porque concordaram em não expressar suas ideias políticas em público, segundo o site "Prachathai". 

No total, 253 políticos, intelectuais, acadêmicos, ativistas e jornalistas foram detidos após o golpe pela junta. O "Prachathai" calculou 303 pessoas, ao incluir os chamados em várias províncias do país.

Entre os que seguem sob custódia militar estão vários ministros do governo deposto e membros da Frente Unida contra a Ditadura e para a Democracia, coletivo conhecido como "camisas vermelhas". Todos participavam das negociações entre as facções políticas.

O Conselho Nacional para a Paz e a Ordem, nome oficial da junta, divulgou ontem à noite vídeos de alguns dos detidos para provar que estavam em boas condições. Hoje eles foram transferidos da base militar onde estavam para o quartel general do exército, já que cumpriram o prazo máximo de sete dias de detenção sem acusações previsto pela lei marcial, informou o jornal "Nation".

O porta-voz da junta também assinalou que 53 pessoas não obedeceram a intimação, o que prevê pena de dois anos de prisão.

Um dos que se negou a comparecer foi o ex-ministro da Educação, Chaturon Chaisang, que foi detido ontem após convocar a imprensa estrangeira para negar a legitimidade dos golpistas e pedir o restabelecimento da democracia.

Chaturon, que não resistiu à prisão que já sabia que aconteceria, será submetido a um tribunal militar por desafiar à lei marcial. (Com agências internacionais)