Doleira da Lava Jato nega que tenha sido presa com dinheiro na calcinha
A doleira Nelma Kodama negou nesta terça-feira (12) que tenha sido presa levando 200 mil euros na calcinha. Ela foi detida pela Polícia Federal em março do ano passado quando tentava embarcar para Itália. À época foi divulgado pela imprensa que o dinheiro estava escondido na lingerie.
Nelma depõe hoje em audiência pública da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, em Curitiba. Ela declarou que o dinheiro estava no bolso de trás da calça.
"Eu acho que [essa história] aconteceu porque havia casos [de homens flagrados] com dinheiro na cueca. E precisavam de ter uma mulher com dinheiro na calcinha”, disse Nelma.
Nelma é amiga do doleiro Alberto Youssef, principal doleiro preso pela Lava Jato. Ela foi presa na fase inicial da investigação que era focada em crimes financeiros como lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Com a descoberta da relação entre Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a Lava Jato passou a investigar irregularidades na estatal como o pagamento de pagamento de propina a diretores e a formação de cartel de empreiteiras fornecedoras da petrolífera.
A doleira também teve uma relação amorosa com Yousse entre 2000 e 2009. Questionada se ela foi amante dele pelos deputados, Nelma começou a cantar a música de Roberto Carlos "Amada Amante" . "Tem até aquela música do Roberto Carlos... Tem coisa mais bonita que ser uma amante?", cantou.
Alguns deputados passaram a cantar junto com Nelma, o que irritou o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que a repreendeu. "Nós não estamos num teatro", disse Motta. Nelma pediu desculpas e voltou a responder os questionamentos dos parlamentares.
"Tudo isso de corrupção que está acontecendo aí tem a participação do Banco Central e das instituições financeiras. Da onde vem o dinheiro vivo? Dos próprios bancos", declarou Nelma.
Questionado pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta, se é rentável para os bancos as operações irregularidades, a doleira disse que sim. "Tenho documentos que provam que os bancos ganham através de taxas. É um sistema falho, corrupto", disse Nelma.
A doleira admitiu que cometeu crimes no mercado negro de câmbio. O Ministério Público Federal apresentou à Justiça uma denúncia que pedia a condenação dela a 47 anos de prisão pelos crimes: evasão de divisas, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, operação de instituição financeira irregular e integrante de organização criminosa.
Parte de processos movidos contra ela já foram julgados pelo juiz federal Sérgio Moro. Ela foi condenada a 18 anos de prisão por crimes financeiros.
"Eu não tiro minha culpabilidade sobre isso, eu fui sentenciada e estou pleiteando um termo de colaboração [para os próximos processos]", afirmou Nelma.
A doleira também teve um Porsche Cayman modelo 2010/2011 avaliado em R$ 200 mil apreendido pela Polícia Federal e leiloado pela Justiça.
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