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ONU denuncia "rastro de morte e destruição" pelos bombardeios a Gaza

Em Genebra

15/07/2014 10h41

Os últimos bombardeios do Exército israelense na faixa de Gaza deixaram mais de 174 mortos, mil feridos, em sua maioria mulheres e crianças, e causaram a destruição de 560 residências, denunciou a Agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinos (UNRWA) nesta terça-feira (15).

O porta-voz da entidade, Sami Mshasha, explicou em videoconferência em Jerusalém que "a ofensiva israelense deixou um rastro de morte e destruição" e ressaltou que 47 edifícios públicos administrados pelo órgão da ONU foram também destruídos.

"Até o momento, tivemos que abrigar 17 mil pessoas que ficaram sem casa e estamos os realocando para edifícios públicos. Demos às autoridades israelenses as coordenadas de onde estão estes edifícios para que não haja bombardeios lá, visto que nesta ofensiva destruíram 50 instalações da ONU", declarou.

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

Considerada a situação, o assessor aproveitou para anunciar que a agência da ONU possui planos de contingência para acolher até 50 mil pessoas. Mshasha lembrou ao Estado de Israel as normas da Lei Humanitária Internacional e as Convenções de Genebra, e enfatizou que os civis são as principais vítimas dos bombardeios.

"A destruição é em massa, e não se pode esquecer que a Faixa já era um lugar totalmente precário por causa das últimas ofensivas israelenses, de 2008 e 2009, assim como pelo bloqueio ao qual está submetida há oito anos. O sofrimento desses oito dias se somam ao dos últimos oito anos", concluiu.

Além disso, Nada Doumani, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), explicou em entrevista coletiva que os bombardeios estão afetando o já precário sistema de distribuição de água da região.

"A morte de vários técnicos enquanto regulavam os serviços de água demonstra a periculosidade de se realizar consertos vitais", assinalou.

A assessora afirmou que centenas de milhares de pessoas carecem de água potável e que o problema pode afetar a população total da faixa, cerca de 1,5 milhão de pessoas. Doumani lembrou que, sob a Lei Humanitária Internacional, todas as partes em conflito devem distinguir alvos militares e civis de combatentes e civis.