Militares estão enfraquecidos com Lula, mas escapam de mea culpa de novo
Na comparação com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os militares estão enfraquecidos e enfrentam certa tensão durante o governo Lula (PT) mas, durante o programa Análise da Notícia, o colunista do UOL Kennedy Alencar afirmou que na tentativa de Lula "compor" com militares, eles escapam de fazer um mea culpa sobre o golpe de 1964.
Os militares vivem o pior momento desde a redemocratização em 85, mas Lula joga fora a chance de mea culpa. Kennedy Alencar
Turbulência e tensão. Apesar de viverem um momento de tensão e turbulência em relação ao governo Bolsonaro, sobretudo pelo que aconteceu no dia 8 de janeiro, os militares escapam de um mea culpa sobre as atrocidades que cometeram durante o período da ditadura militar. Desde a redemocratização, há 38 anos, eles vivem seu pior momento e, mesmo depois de celebrarem o Golpe de Estado durante o governo Bolsonaro, escapam de fazer mea culpa acerca da ditadura.
PEC dos Militares será mais branda que o imaginado. O ministro da Defesa José Mucio e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), pretendiam anunciar uma proposta de emenda para combater o ativismo político nas Forças Armadas. Nela, os militares seriam impedidos de ter participação política, ou seja, militares da ativa não poderiam ocupar cargos no governo. No final das contas, esse trecho do texto foi retirado da PEC e a única alteração proposta será para impedir militares da ativa de disputarem as eleições e, em caso de derrota, voltarem a ocupar seus antigos cargos dentro das Forças Armadas.
Governo Lula perde a oportunidade de acerto de contas e mea culpa que militares poderiam fazer. Como servidores do Estado, os militares deveriam fazer um mea culpa sobre o golpe de 64, mas continuam existindo e resistindo. Lula, por ser um conciliador, quer isolar o bolsonarismo e compor com os militares e evangélicos, perdendo a chance de pressionar militares a fazerem mea culpa no momento em que estão fragilizados como nunca.
Erros de Múcio. O ministro da Defesa, José Múcio, começou errado ao defender acampamentos golpistas no início do ano. Ele é a pessoa errada, no lugar errado e também no momento errado.
Formação militar deveria mudar. Recentemente durante o governo Bolsonaro os militares voltaram a flertar com o golpismo. Há imagens de Bolsonaro sendo aplaudido em quartéis após discurso golpista e, portanto, a formação militar e o que é ensinado nos quartéis deveria mudar.
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O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 19h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja abaixo o programa na íntegra:
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