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Uma iniciativa do UOL para checagem e esclarecimento de fatos


Erros humanos causaram confusões que geraram desinformação no 1º turno

10.out.2022 - Imagem ilustrativa de identificação de eleitor - Arte/UOL sobre Reprodução TRE-PR
10.out.2022 - Imagem ilustrativa de identificação de eleitor Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução TRE-PR

Do UOL, em São Paulo

10/10/2022 17h42

A maior parte do conteúdo desinformativo checado pelo UOL Confere no dia da eleição, 2 de outubro, sugerindo fraude no processo eleitoral, aconteceu por erros humanos.

Os vídeos gravados por eleitores ainda nos locais de votação foram compartilhados nas redes sociais antes que as situações pudessem ser esclarecidas pela Justiça Eleitoral. Veja:

Erro na identificação em Manaus (AM)

eleitora de manaus - Reprodução TRE-AM - Reprodução TRE-AM
Eleitora foi buscada em casa após a confusão, conseguiu votar e agradeceu em vídeo; na foto, ela posa com servidores da Justiça Eleitoral do AM
Imagem: Reprodução TRE-AM

Em vídeo, uma eleitora disse que alguém teria votado em seu lugar porque havia o registro de uma digital ao lado do nome dela no caderno de votação. De acordo com o TRE-AM, uma pessoa analfabeta carimbou por engano a digital na linha de assinatura da eleitora. Ela foi buscada em casa por servidores da Justiça Eleitoral e conseguiu votar em seguida.

Erros de mesários no RJ

Comparecimento sem voto. Em Queimados, na Baixada Fluminense, um homem gravou um vídeo em que, indignado, diz que foi informado na seção eleitoral de que já havia votado. Por engano, o mesário digitou o título de eleitor dele no momento de votação de outra pessoa. Os nomes estavam em sequência no caderno de votação. O homem, que não pôde votar, porque seu título já havia sido habilitado na urna, se recusou a assinar o termo de comparecimento sem voto, procedimento padrão nesses casos.

Troca. Em Realengo, na Zona Oeste do Rio, uma mulher também gravou um vídeo dizendo que haviam votado por ela. De acordo com o TRE-RJ, a eleitora do vídeo e outra mulher foram habilitadas para votar na urna uma no lugar da outra por erro de um mesário. As duas conseguiram votar.

Confusão entre eleitores

Em Barra do Piraí (RJ), um eleitor disse que a filha de 16 anos foi impedida de votar na seção eleitoral 124 no Central Sport Club. De acordo com o TRE-RJ, o que aconteceu foi uma confusão entre eleitores no momento de seguir até a cabine de votação. A adolescente tinha sido habilitada para votar na urna eletrônica, mas outra pessoa passou na frente dela na hora em que ela foi liberada para votar. Por isso, a jovem ficou impedida de utilizar a urna e recebeu o termo de "comparecimento sem voto".

Urna travou e foi substituída em Petrópolis

Em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, um homem gravou um vídeo dizendo que a urna havia travado e que ele não conseguia concluir o voto. Filmar a urna eletrônica é proibido, assim como entrar com celular na cabine de votação. De acordo com o TRE-RJ, o problema técnico realmente aconteceu e foi registrado em ata pelo mesário da seção. A urna foi substituída, o que é o procedimento padrão, mas o eleitor se recusou a votar novamente.

Alegação de fraude sem comprovação no Pará

Em vídeo divulgado no dia da eleição, duas eleitoras disseram que não conseguiram votar em Jair Bolsonaro na Escola Municipal D. Julia Passarinho, em Tucuruí, no Pará. O vídeo foi classificado como enganoso pelo Projeto Comprova - coalizão de checagem da qual UOL faz parte. O promotor da Justiça Eleitoral responsável por aquela zona compareceu à escola e confirmou que a urna estava em ordem e que nenhum outro eleitor relatou problemas.

Intervalo para conferir voto na urna não é fraude

Alegações de que houve fraude nas urnas nas cidades de Araraquara e Américo Brasiliense são infundadas. Um post viral afirma que eleitores de Jair Bolsonaro (PL) "tiveram que apertar três vezes a tecla 'confirma' da urna eletrônica para votar no candidato". De acordo com o TRE-SP, o que aconteceu foi um possível desconhecimento por parte dos eleitores sobre a inserção da mensagem "conferir voto", uma demora de um segundo antes que o eleitor possa apertar a tecla confirma.

Transporte de urna eletrônica também foi motivo de desinformação

O transporte de urnas eletrônicas até as seções eleitorais também foi motivo de desinformação no dia da eleição, antes mesmo do início da votação. Publicações sugeriram que o transporte regular do equipamento seria indicativo de fraude.

No Rio de Janeiro, um vídeo levantou suspeita sobre a entrega de urna eletrônica por um táxi na Escola Municipal Suécia, em Pilares, na Zona Norte. Segundo o TRE-RJ, o veículo estava a serviço da Justiça Eleitoral e foi escoltado pela Polícia Militar.

Em Campo Grande (MS), publicações insinuavam fraude porque uma urna tinha sido transportada por um carro de aplicativo. O TRE-MS esclareceu que o transporte das urnas até o local de votação no dia da eleição é responsabilidade dos presidentes de cada seção. "Sobre a urna encontrar-se no porta-malas de um veículo de aplicativo diz respeito apenas ao fato de que este foi o meio de transporte utilizado pelo próprio presidente da seção para cumprir com sua função de cidadão e mesário", justificou o tribunal.

Leia também as checagens sobre a apuração da eleição:

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