Brigada Militar também se exime de responsabilidades e culpa sócios de boate
O Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio da boate Kiss, de Santa Maria, indicava que o estabelecimento possuía duas saídas de emergência. Foi o que informou a nota divulgada pelo Comando-Geral da Brigada Militar na noite desta terça-feira (29), após a Prefeitura de Santa Maria ter se eximido da responsabilidade do incêndio que matou 235 pessoas e ter atribuído a culpa ao Corpo de Bombeiros.
No documento, a Brigada Militar diz que na "boate havia duas saídas de emergência, cujas portas possuíam sentido de abertura para fora, dotadas de barras anti-pânico e devidamente sinalizadas". Dimensões, que segundo o órgão, seriam adequadas para um ambiente com lotação de 691 pessoas, como era o caso da boate Kiss.
O ingresso de pessoas além da capacidade autorizada, conforme a nota, é uma responsabilidade dos proprietários da boate, que também não teriam solicitado autorização para o uso de artefatos pirotécnicos no local. "Se tivesse havido solicitação para uso de fogos de artifício na boate Kiss, o Corpo de Bombeiros não teria autorizado. Os artefatos pirotécnicos utilizados na boate não têm amparo técnico para uso no local."
E ainda que o delegado responsável pela investigação do caso, Marcelo Arigony , tenha levantado a suspeita de que os extintores de incêndio do local eram falsificados, a Brigada Militar rebateu a acusação e disse que os documentos que os proprietários da casa apresentaram aos bombeiros, em outubro de 2012, comprova a validade dos materiais até outubro de 2013.
"Eventual troca de equipamento, falha ou deficiência no seu manuseio serão questões analisadas pela perícia. É responsabilidade do proprietário manter no local funcionários treinados a manusear os extintores de incêndio", apontou o documento que também relatou que, em setembro de 2012, o Corpo de Bombeiros teria notificado os donos da boate sobre o Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndio.
Segundo o Comando-Geral da Brigada Militar, em novembro, o proprietário havia solicitou a inspeção para renovação do documento e o processo estava em tramitação.
Investigações
O delegado que chefia as investigações do incêndio na boate Kiss, Marcelo Arigony, disse nesta terça-feira (29) que o estabelecimento não possuía ao menos dois tipos de alvará de funcionamento desde 2012, e havia feito reformas "ao arrepio de qualquer fiscalização, por conta e risco dos proprietários".
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