Terceiro vigia depõe em júri de Gil Rugai e nega ter visto assassino deixar local do crime
A segunda testemunha que depôs nesta quinta-feira (21), quarto dia de júri do estudante Gil Rugai, é o vigia Fabrício Silva dos Santos. Ele trabalhava em uma guarita de vigilância perto da residência onde o casal Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitini foi morto a tiros, em março de 2004, na rua Atibaia, em Perdizes (zona oeste de São Paulo).
Resumo do julgamento
- Irmão de Gil Rugai é 1º testemunha dispensada pelo juiz sem perguntas da promotoria
- Perito dos casos Matsunaga e Richtofen é 11ª testemunha a ser ouvida no júri de Gil Rugai
- Repórter da Globo diz que fonte o informou sobre ação criminosa de policiais contra testemunha do caso Gil Rugai
- Defesa usa antropóloga da USP para dizer que Gil Rugai não é "estranho ou esquisito"
- Contador diz não ter como provar que Gil Rugai desviou dinheiro da empresa do pai
- Perito criminal é 1º testemunha de defesa a ser ouvida no caso Gil Rugai e encerra 2º dia de júri
- Depoimento de quase 6h de delegado do caso Gil Rugai explora fragilidade em perícias
- Defesa de Gil Rugai tenta desqualificar testemunha, e advogado chama assistente de acusação de "nojento"
- Contradições e provas técnicas marcam primeiro dia de julgamento de Gil Rugai em SP
- Marca na porta de empresário assassinado era de pé de Gil Rugai, diz outro perito em júri
- Legista não confirma relação entre lesão de Gil Rugai e marcas de pé na cena do crime
- Primeiro depoimento do caso Gil Rugai é marcado por bate-boca e contradições
Santos disse não ter visto ninguém deixar o local do crime na noite do dia 28 daquele mês. Ele trabalhava em uma guarita na rua Traipu, que fazia fundo à residência do casal, e disse ter ouvido “três barulhos –nenhum outro, depois disso”. De acordo com o vigia, ele teria visto seu companheiro de trabalho em outra rua –a Atibaia, a da frente da casa –dentro da guarita.
Esse primeiro vigia é testemunha-chave no processo. Arrolado pela acusação, ele foi o primeiro a ser ouvido no júri em que o estudante é julgado, na última segunda-feira (18), e foi também a única testemunha até agora a dizer que Rugai deixou o local do crime minutos após serem ouvidos disparos.
Aspecto de divergência entre defesa e acusação, o primeiro vigia disse inicialmente estar na guarita, e, em juízo, que estaria fora dela –de modo que poderia, argumentou, ter visto Rugai e outro homem deixarem a casa. Até hoje esse segundo indivíduo não foi identificado. O vigia de hoje disse ter visto o colega fora da cabine, que foi queimada, dias depois, em um incêndio criminoso cuja autoria foi investigada, mas nunca foi descoberta.
Motorista é última testemunha a depor
A terceira e última testemunha a depor é Francisco Luiz Valério Alves, motorista de um vizinho do casal assassinado. Segundo a acusação, Alves teria ouvido a confissão do primeiro vigia na delegacia, mas na saída de um primeiro depoimento no qual negara ter visto Rugai deixar o local. A Alves, no elevador do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), o vigia teria confidenciado que não era “louco” de admitir que vira Rugai no local do crime pois tinha medo de retaliações.
Entenda o caso
Gil Rugai é acusado de tramar e executar a morte do pai, o empresário Luiz Carlos Rugai, 40, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, 33, em 28 de março de 2004. O casal foi encontrado morto a tiros na residência.
Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo afastamento de Gil Rugai da empresa do pai, a Referência Filmes. O ex-seminarista estaria envolvido em um desfalque de R$ 100 mil e, por isso, teria sido demitido do departamento financeiro.
Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.
O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca na porta.
Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.
O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.
O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos. Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.
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