Encontrar sobreviventes é improvável, diz capitão dos Bombeiros
Na madrugada desta quinta-feira (3), o Corpo de Bombeiros decidiu alterar a estratégia de trabalho nos escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, e iniciar a escavação com maquinário pesado. O edifício, que fica no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, desabou na última terça-feira (1º) após um incêndio, ainda sem causa definida.
Como a tragédia completou 48 horas às 02h50 desta quinta, a possibilidade de encontrar sobreviventes tornou-se improvável, conforme afirmou o capitão Robson Mitsuo.
"Não digo impossível, porque sempre há esperança, mas é muito improvável. São condições incompatíveis com a vida", disse Mitsuo, que anunciou a decisão dos Bombeiros. “O trabalho deixou de ser mais manual e vamos usar mais as máquinas, para ganhar volume na retirada de escombros. Foi uma decisão técnica: como diminuiu a probabilidade de encontrar alguém com vida, estamos entrando com as máquinas”, afirmou.
Segundo o capitão dos Bombeiros, os trabalhos continuarão com apoio dos cães, que, após a retirada das partes maiores, poderão entrar no centro da área e ampliar o perímetro de busca.
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Durante a tarde desta quarta (2), o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, explicou que as duas cadelas que participam da operação estavam atuando em uma parte superficial dos entulhos, onde estão principalmente estruturas de ferro resultantes do colapso do edifício. Esses pedaços são retirados pouco a pouco pelos bombeiros com as mãos e, agora, com a ajuda de máquinas.
Quatro desparecidos
Até esta tarde, os bombeiros trabalhavam com um desaparecido: o morador Ricardo que estava prestes a ser resgatado quando o edifício desabou. Após a denúncia formal de um homem que afirmou que sua ex-mulher e os dois filhos dela estavam no prédio, a corporação passou a trabalhar, então, com quatro desaparecidos. Segundo Palumbo, no entanto, isso não muda a estratégia dos bombeiros.
"Desde o começo, por causa de uma vítima, nós deflagramos essa operação de maneira a localizá-la. Então eu não quero remover todo o entulho e depois localizá-lo [um corpo] em outra parte da cidade. Eu quero localizá-lo aqui. Por isso, tem que ter toda essa técnica e paciência para a remoção desses entulhos", afirmou.
Os bombeiros trabalham ainda para poder acessar a caixa de inspeção do edifício, para poder cortar a luz. Como a fiação da rua Antônio de Godói, uma das vias no entorno do imóvel, é subterrânea, a ligação é feita diretamente com o edifício. Segundo Palumbo, a energia que corre por baixo da terra é de 21 mil volts.
"Onde as retroescavadeiras estão cavando ali, a gente precisa liberar a caixa de inspeção, pra que a gente possa cortar a luz. Senão, vamos ter que cortar a luz de toda a região", disse.
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