Defensora de acusado por atentado em Boston já defendeu terroristas
Miriam Conrad, 56, já assumiu diversos casos na Defensoria Pública de Massachusetts (EUA), mas, agora, se vê diante do maior desafio de sua carreira ao representar Dzhokhar Tsarnaev, 19, o jovem russo de origem tchetchena acusado de ser co-autor do atentado à Maratona de Boston, no último dia 15.
Dzhokhar, acusado de usar em armas de destruição em massa, pode ser condenado à pena de morte. O irmão dele, Tamerlan Tsarnaev, 26, também suspeito, morreu em confronto com a polícia na sexta-feira (19).
Saiba mais sobre os russos suspeitos dos ataques em Boston
Os dois suspeitos apontados pelo FBI como responsáveis pelas explosões da Maratona de Boston foram identificados como sendo os irmãos Dzhokhar A. Tsarnaev (à dir.),19, preso pela polícia, e Tamerlan Tsarnaev, 26, morto após tiroteio. Os dois são russos, provenientes de uma região próxima à Tchetchênia, e residentes legais nos Estados Unidos há no mínimo um ano.
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De acordo com a agência de notícias Reuters, Miriam entrou para a defensoria em 1992, tornando-se a chefe por Massachusetts, Rhode Island e New Hampshire em 2005. Ela, que supervisiona o trabalho de outros 19 defensores, quase sempre se depara com casos mais banais que aqueles ligados a terrorismo, embora tenha experiência no assunto.
Em casos relacionados ao terrorismo que assumiu, Miriam fez um acordo com seus clientes para que eles assumissem a culpa, em troca de uma pena mais branda.
Foi ela que defendeu, por exemplo, o homem de Massachusetts que em 2012 se declarou culpado das acusações de planejar um ataque aéreo contra o Pentágono e contra o prédio do Capitólio.
Foi Miriam também quem assumiu a defesa de um paquistanês deportados dos EUA em 2011 após ser acusado de transferir quase US$ 5.000 (cerca de R$ 10 mil) para a conta, em seu país natal, do responsável de tentar detonar um carro-bomba na Times Square, em Nova York, em 2010.
Autoridades frustraram os ataques e ninguém ficou ferido em ambos os casos, o que os distancia bastante dos três mortos e mais de 260 feridos na Maratona de Boston.
No caso de Dzhokhar, a defensora pode tentar um novo acordo para que, em vez da pena de morte, ele pegue a prisão perpétua. Especialistas, no entanto, dizem não acreditar na possibilidade de Dzhokhar não pegar a pena máxima, pois “muito sangue foi derramado”.
Miriam se recusou a ser entrevistada para esta reportagem. Em entrevista concedida em 2006, contudo, ela chegou a afirmar que os réus precisam de uma representação forte contra o poder do governo e que convicções erradas tendem a ocorrer em casos que atraem a atenção do público.
A juíza Marianne Bowler deu à defensora o prazo até 6 de maio para que ela prepare uma resposta às acusações iniciais. (Com reportagem da Reuters)
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