EUA acusam palestinos de 'revoltante violação' do cessar-fogo em Gaza
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que participa das negociações no Oriente Médio entre Israel e o Hamas, afirmou nesta sexta-feira (1º) que militantes palestinos cometeram uma “revoltante violação” do cessar-fogo na faixa de Gaza, que deveria ter duração de três dias, mas foi interrompido apenas duas horas após o início.
"Os EUA condenam nos mais duros termos possíveis o ataque de hoje", afirmou Kerry em uma declaração divulgada pelo Departamento de Estado enquanto o secretário voltava aos Estados Unidos de uma viagem oficial à Índia.
Kerry pede a libertação imediata de um soldado israelense que teria sido sequestrado durante uma operação em um túnel do Hamas na manhã de hoje, segundo o Exército de Israel. O Hamas ainda não confirmou se o soldado desaparecido está sob seu poder. Outros dois militares israelenses teriam sido mortos no mesmo incidente.
Israel acusa o Hamas de ter rompido a trégua ao atacar os soldados no túnel; o Hamas alega que tudo aconteceu antes do início do cessar-fogo e que estava defendendo seu povo. Novas investidas foram feitas pelas forças israelenses na região sul da faixa de Gaza e cerca de 50 palestinos morreram, de acordo com o Ministério da Saúde local.
Para o secretário norte-americano, o ataque dos militantes palestinos foi uma afronta às garantias que ambos os lados haviam dado ontem à ONU de que respeitariam o cessar-fogo humanitário de 72 horas.
A Casa Branca, sede do governo dos EUA, também afirmou condenar a ação do Hamas, corroborando que partiu dos palestinos a interrupção da trégua.
"Isso seria uma violação um tanto bárbara do acordo de cessar-fogo", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, à rede de notícias norte-americana "CNN".
"E encorajamos aqueles que possuem influência junto ao Hamas a fazê-los retornar aos termos do cessar-fogo e a fazê-los obedecer os acordos com os quais concordaram logo ontem", afirmou Earnest.
"Isso parece ter sido uma ação absolutamente ultrajante do Hamas, usando a cobertura de um cessar-fogo para conduzir um ataque-surpresa por meio de um túnel, matando soldados israelenses e talvez levando um refém", disse Tony Blinken, vice-assessor de segurança nacional da Casa Branca, à rede MSNBC. "Condenamos isso muito duramente."
No entanto, o observador permanente da Palestina para a ONU, Ryiad Mansour, disse à CNN não ter certeza de que foi o Hamas quem primeiro conduziu um ataque ou violou a pausa humanitária, uma vez que militares israelenses mantinham operações na área no momento do incidente.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao lado de quem o secretário Kerry conduziu o acordo de cessar-fogo de 72 horas, condenou a violação da trégua, mas afirmou que não pode averiguar exatamente o que aconteceu.
No entanto, se forem verdadeiras as informações do IDF (Forças de Defesa de Israel, em inglês) de que soldados foram mortos e um deles sequestrado pelos militantes palestinos, "isso constituiria uma grave violação", diz o secretário em sua declaração. (Com agências internacionais)
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