Putin ataca Zelensky e incentiva militares da Ucrânia a tomar o poder
Dois dias após autorizar uma invasão na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, incentivou hoje que o exército ucraniano assuma o poder na capital Kiev para derrubar o governo de Volodymyr Zelensky.
A declaração foi dada em discurso na televisão russa. Putin ainda ofendeu membros do governo dizendo que a Ucrânia é governada por "neonazistas e viciados em drogas".
Tomem o poder em suas mãos. Acho que vai ser mais fácil negociar entre mim e vocês.
Vladimir Putin
Ele acrescentou que seria mais fácil negociar um acordo com militares para encerrar os conflitos na Ucrânia. Em comunicado divulgado horas antes, Moscou diz estar "pronta" para enviar representantes a Minsk, capital de Belarus, para conversar com Kiev.
Belarus já recebeu líderes de Rússia e Ucrânia para negociações, mas também serviu como ponto de partida para tropas russas que entraram na Ucrânia com destino a Kiev —fontes militares dizem que a capital era o principal alvo de Putin para derrubar o atual governo e instalar um Executivo favorável a Moscou.
O presidente russo afirmou que não combate unidades do exército e sim formações nacionalistas que se comportam "como terroristas" usando civis "como escudos humanos".
Mais uma vez eu apelo aos militares das Forças Armadas da Ucrânia: não permitam que neonazistas e (nacionalistas radicais ucranianos) usem suas crianças, esposas e idosos como escudos humanos.
Ele também atacou os Estados Unidos e os acusou de "interferência" no atual conflito. No dia em que lançou uma invasão contra a Rússia, Putin afirmou que qualquer país que tentasse interferir enfrentaria consequências "nunca vistas".
Ao final do discurso, Putin elogiou os militares russos na Ucrânia, dizendo que estão agindo "bravamente, profissionalmente e heroicamente". A fala acontece após a divulgação de imagens que mostram um tanque russo atropelando o carro de um civil na Ucrânia.
Forças russas entram em Kiev
As tropas russas entraram em Kiev, capital da Ucrânia, por volta das 13h50 (horário local), confirmou o prefeito Vitaliy Klitschko. O movimento de militares da Rússia estava sendo acompanhado por aliados da Ucrânia e uma invasão em Kiev era esperada para as próximas horas.
Ontem (24), a Rússia invadiu o território ucraniano e atacou instalações militares por todo o país. O ataque aconteceu por terra, mar e ar, relataram veículos de imprensa internacionais e o governo ucraniano. Mais de uma centena de pessoas morreram, inclusive crianças.
Após invadir a capital, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que o acesso para Kiev ao oeste da Ucrânia foi bloqueado. As entradas de Chernihiv, uma cidade localizada no norte da Ucrânia, também foram bloqueadas por militares.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o major-general Igor Konashenkov afirmou que as tropas russas também estão controlando o aeródromo estratégico de Gostomel, nos arredores da capital Kiev. Paraquedistas desembarcaram no local.
Ontem, o Ministério da Defesa da Ucrânia pediu aos civis da região que peguem em armas e incentivou o preparo de coquetéis molotov para proteção.
A Ucrânia também proibiu a saída de homens de 18 a 60 anos do país, devido à imposição da lei marcial, que altera as regras de funcionamento de um país, deixando de lado as leis civis e colocando em vigor leis militares.
Cerca de 18 mil armas foram distribuídas a reservistas na região de Kiev entre ontem e hoje.
*Com informações da AFP, Reuters, RFI e ANSA.
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