Dilma diz que não recuará um milímetro na disputa política
A presidente Dilma Rousseff reclamou nesta segunda-feira (7) de “instrumentos” utilizados para “desgastar” o governo em período pré-eleitoral e durante a campanha. Ela participou de evento para entrega de máquinas a prefeitos mineiros na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Apesar de posar para fotos com a maioria dos prefeitos e anunciar de verbas, tratores e caminhões, Dilma negou que o evento tenha tido caráter eleitoreiro.
Pré-candidata do PT, ela anunciou a liberação de R$ 1,5 bilhão, valor que, segundo ela, estará nas contas das prefeituras até amanhã. Ela declarou que as prefeituras poderão contar com a contratação por parte do governo federal de profissionais do programa “Mais Médicos” até o fim deste mês.
Sem citar nomes nem quais são seriam os instrumentos, Dilma reclamou de ataques que são, segundo ela, feitos para “desgastar” durante o período pré-eleitoral e durante a campanha.
“Hoje estamos num ato de governo. A campanha eleitoral só vai começar depois de junho. É muito usual durante os períodos de pré-campanha no Brasil e os períodos de campanha que haja a utilização de todos os instrumentos possíveis para desgastar esse ou aquele governo”, disse.
A presidente afirmou que, apesar disso, já ganhou experiência nesse tipo de cenário político e não vai se recusar a ir para o embate.
“Nós temos experiência disso. Por que nós temos experiência disso? Porque nós já enfrentamos isso em 2006, na reeleição do Lula, e em 2010, na minha eleição. Podem ter certeza, o meu governo continuará governando, continuará mantido o seu caráter republicano, mas nós não iremos recuar um milímetro na disputa política, quando ela aparecer”, afirmou.
A declaração de Dilma Rousseff vem na sequência da divulgação da pesquisa feita pelo Datafolha e publicada na edição de domingo do jornal "Folha de S.Paulo" que apontou queda de seis pontos nas intenções de voto na presidente desde o final de fevereiro.
Dilma afirmou que sua administração não discrimina as prefeituras nem Estados que sejam governados por políticos da oposição. Ela afirmou governar sem distinguir as opções feitas pelos chefes do executivo no tocante aos “times de futebol” e às “crenças religiosas”.
“É minha obrigação atender sem a menor nenhuma discriminação, vou repetir, sem a menor discriminação, todos os municípios dos Estados, todos os Estados da Federação. Isso é uma prática que não era muito usual no Brasil. Muita gente ainda cai na tentação de tentar usar o dinheiro público em proveito próprio”, afirmou.
Na cerimônia estava presente o ex-ministro Fernando Pimentel, pré-candidato do PT ao governo de Minas Gerais. Ao lado de Dilma no palanque, ele cumprimentou todos os prefeitos que subiram no tablado para receber da presidente as chaves das máquinas doadas pelo governo federal.
Dilma fez questão de frisar que, a partir da entrega, os tratores e caminhões seriam das prefeituras. De acordo com a assessoria da presidência, cada kit entregue é composto por uma retroescavadeira, uma motoniveladora e caminhão caçamba.
“O prefeito fica ali tentando melhorar, quando ele pode, a sua estrada vicinal. Aí, as máquinas são muito velhas, e tem um custo grande de oficina. Ou são alugadas, o que tem custo também”, disse.
Ao anunciar a liberação de R$ 1,5 bilhão para custeio das prefeituras, ela foi bastante aplaudida.
“Tenho certeza que isso vai ser uma contribuição para que os municípios possam custear os serviços que têm de entregar às suas populações”, disse.
Mais médicos
Dilma Rousseff afirmou que até o final do mês todas as solicitações por profissionais do programa “Mais Médicos” serão atendidas pelo governo.
“Até o final de abril, portanto oito meses depois que lançamos o programa, nós vamos atender 100% do “Mais Médicos”. Eu queria lembrar que aqui em Minas Gerais tivemos uma solicitação de 1.382 médicos para 548 municípios. Esta demanda vem sendo atendida. Até o final do mês, os 1.382 médicos estarão aqui em Minas Gerais”, disse. Segundo ela, o aumento de profissionais no programa permitirá atender quase cinco milhões de mineiros.
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