Eduardo Campos sugere que decreto que cria conselhos é eleitoreiro
O pré-candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB-PE) sugeriu nesta quinta-feira (12) que o momento escolhido pela presidente Dilma Rousseff para publicar o decreto que vincula decisões governamentais de interesse social à opinião de conselhos e outras maneiras de participação popular foi atitude foi eleitoreira.
“Doze anos de governo é um tempo bastante longo para só publicar esse decreto quatro meses antes da eleição. Esse decreto não tem nada a ver com que o governo pratica no dia a dia, é um governo fechado, que não tem aberto as portas para o diálogo com a sociedade”, disse o pré-candidato.A declaração foi feita após reunião com membros da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), em Brasília.
Para Campos, causa estranheza a data escolhida para publicação já que o governo do PT, segundo ele, poderia ter feito isto antes. "Não é estranho que a quatro meses da eleição saia um decreto tentando passar a ideia de que vai ter a participação da sociedade, um governo que é reconhecido por líderes de estudantes, líderes de trabalhadores, líderes de empresários, líderes de academia, como tendo pouca aptidão ao diálogo?", defendeu Campos.
O PSB ainda não se manifestou sobre se concorda ou não com o decreto.“Ainda estamos debatendo o decreto, fazendo uma análise aprofundada do decreto no partido para fazer um pronunciamento oficialmente sobre ele”, afirmou Campos.
Partidos de oposição alegam que o decreto fere prerrogativas do Legislativo. Também reclamam que não há critério claro para a formação dos conselhos. Já o governo defende que o decreto não cria novos conselhos, apenas estimula sua adoção e estabelece novas diretrizes.
Ontem, PSB informou ter entrado com representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Dilma pelo pronunciamento exibido na ultima terça-feira (10) sobre a Copa do Mundo, quando a presidente afirmou que os "pessimistas já entram perdendo" com o início do torneio Mundo e falou sobre os investimentos do governo federal na saúde e educação nos últimos anos, além de rebater acusações de que o governo havia retirado recursos dessas áreas para a construção de estádios para o Mundial.
Para o PSB, a mensagem veiculada na TV configura campanha eleitoral antecipada.
“Se nós não estivéssemos incomodados, não teríamos ido ao TSE, isso é uma democracia. Agora vamos aguardar o pronunciamento da Justiça brasileira. Nós pensamos que mais uma vez a presidente não respeitou o ordenamento jurídico das eleições.
Reunião com a CNBB
A vice de Campos, Marina Silva, que é evangélica da Assembleia de Deus, também estava presente na reunião, em que foram debatidas questões de interesse da CNBB.
Segundo Campos, foram temas de discussão reforma política, reforma agrária, saúde pública e educação. O aborto, amplamente discutido nas eleições de 2010, não foi debatido no encontro.
O presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno, afirmou que a CNBB pretende estimular um “debate político de qualidade” com a discussão das grandes questões do país. “Queremos uma eleição séria com o voto consciente”, disse.
De acordo com o presidente da CNBB, a entidade irá receber todos os candidatos que tiverem interesse de dialogar com a conferência.
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