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Lula recebe familiares pela terceira vez após prisão

Vinicius Boreki,

Colaboração para o UOL, em Curitiba

26/04/2018 09h21Atualizada em 26/04/2018 14h17

Após ter 23 pedidos de visitas negados pela Justiça, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu familiares pela terceira vez nesta quinta-feira (26), na sala onde está preso desde o último dia 7, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Uma van de vidros escuros deixou os familiares por volta das 9h no portão dos fundos da PF. Pelo menos quatro adultos e duas crianças ingressaram no prédio para o período de visitas. Por volta das 12h15, eles deixaram o local.

Ao contrário de outros encarcerados na PF, que recebem os familiares na quarta-feira, o dia de visitas a Lula ficou para quinta-feira por medida de segurança, segundo determinação da Justiça. A entrada dos familiares é permitida das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.

Visitas negadas

Desde que chegou à Superintendência da PF, o presidente teve 23 pedidos de visita negados pela juíza Carolina Lebbos, responsável pelas execuções penais dos presos da Lava Jato em Curitiba.

Na segunda-feira (23), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), acompanhada dos Senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Roberto Requião (MDB-PR), foi impedida de ver o petista. A ex-presidente criticou o fato e disse que nem mesmo na ditadura essa situação ocorria.

Na terça-feira (24), uma comissão externa da Câmara dos Deputados também tentou vistoriar a PF e analisar as condições do cárcere de Lula, mas não foi autorizada pela magistrada. “Não se tratava de uma visita, mas de uma fiscalização”, reclamou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Nos quase 20 dias em que está detido, outras comitivas e pessoas foram impedidas de ver o ex-presidente. Uma comissão composta de 9 governadores já foi barrada, assim como o ganhador do Nobel da Paz em 1980 Adolfo Pérez Esquivel.

Somente uma vistoria da Comissão de Direitos Humanos do Senado teve sucesso no dia 17. Depois de 1h20 na PF, os parlamentares relataram preocupação com o isolamento do ex-presidente na sala de Estado maior reservada a ele dentro da PF.