Caso Marielle: Vice do PT diz ser preciso provas cabais para culpar Brazão
O deputado federal e vice-presidente do PT, Washington Quaquá, disse que é preciso ter "provas cabais" antes de culpar Domingos Brazão pela morte da vereadora Marielle Franco, em 2018.
O que aconteceu
Quaquá afirmou que é preciso ter "clareza" antes de culpar Brazão. "Não vou nem dizer que é inocente nem culpado. Não vi ainda provas cabais. Será uma surpresa negativa [se ele estiver envolvido], porque é um negócio brutal. [Mas] eu acho que não é hora de apontar nenhum inocente sem que a gente tenha clareza de todas as circunstâncias", declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Para o petista, o envolvimento do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, revela que as instituições do estado estão "umbilicalmente ligadas ao crime organizado". "Se apertar esse delegado, que foi nomeado pelo Braga Netto, depois ministro de Bolsonaro... Eu ainda acho que tem tubarão maior envolvido na morte de Marielle. Vamos esperar o desdobramento disso tudo", completou.
Quem são os presos
A Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três pessoas apontadas como os mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Segundo a investigação, a motivação para o crime seria a atuação da parlamentar que teria começado a atrapalhar os interesses da família Brazão.
- Domingos Brazão
Político carioca, Domingos Inácio Brazão, 59, foi assessor na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Depois, vereador, entre 1997 e 1999, pelos partidos PT do B (atual Avante) e PL.
Foi eleito deputado estadual em 1999 e ocupou o cargo até 2015. Posteriormente, virou conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). O órgão é auxiliar do Poder Legislativo e tem como função fiscalizar a movimentação financeira do estado.
Uma reportagem do UOL, em 2019, contava que ele era chefe de um clã cujo reduto eleitoral abrangia bairros da zona oeste do Rio dominados por milícias. Domingos nasceu na região, no bairro de Jacarepaguá.
- Chiquinho Brazão
Já Chiquinho Brazão (União-RJ) foi eleito pela primeira vez em 2018. É deputado federal e tem uma atuação parlamentar discreta. Relatou somente oito projetos.
O setor mais presente na atuação parlamentar de Chiquinho é a economia. Há três projetos relativos ao tema que estão sob relatoria do deputado.
- Rivaldo Barbosa
Rivaldo Barbosa também foi citado na delação de Lessa. Ele tornou-se chefe da polícia um dia antes da morte de Marielle, nomeado pelo general Walter Braga Netto. Rivaldo foi anunciado para o cargo em 22 de fevereiro, durante intervenção federal no Rio, e empossado em 13 de março de 2018.
Suspeito de receber propina para obstruir investigações. Em relatório enviado ao Ministério Público em 2019, a Polícia Federal apontou Rivaldo como suspeito de receber R$ 400 mil para evitar o avanço das investigações sobre autoria. Na ocasião, ele negou o recebimento de propina e a obstrução do caso.
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