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"Não podemos ter nenhuma forma de politização das polícias", diz Jungmann sobre o Rio

09.mar.2018 - Jungmann se reuniu com 13 deputados federais do Rio para discutir a intervenção - Luis Kawaguti / UOL
09.mar.2018 - Jungmann se reuniu com 13 deputados federais do Rio para discutir a intervenção Imagem: Luis Kawaguti / UOL

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

09/03/2018 16h05

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (9) que não pode haver interferência política na administração das polícias do Rio de Janeiro. Ele disse hoje a deputados federais fluminenses que esse é um dos objetivos da intervenção federal na segurança do Estado, ao lado da valorização dos policiais --com melhores equipamentos, condição de trabalho e treinamento-- e da retirada de agentes corruptos das polícias.

“Não podemos ter nenhuma forma de politização das polícias”, afirmou. Segundo Jungmann, as polícias devem se estruturar em torno da meritocracia, pois qualquer tipo de interferência política pode prejudicar a estrutura hierárquica e de comando das instituições policiais.

O ministro da Segurança afirmou que, nos próximos dias, serão anunciados recursos novos para a área --e não será na forma de empréstimo, ressalvou ele, sem dar detalhes.

Ele estimou que, em um período aproximado de quatro meses, a população do Rio deve começar a sentir uma melhora da sensação de segurança nas ruas.

Jungmann se reuniu na capital fluminense com 13 deputados federais do Rio para explicar a intervenção no Estado e ouvir críticas e sugestões. Ele disse que o encontro, ocorrido na ESG (Escola Superior de Guerra), na Urca, zona sul carioca, foi muito produtivo.

Ele defendeu uma melhor formação dos policiais e a estruturação de uma corregedoria mais robusta no Estado. Segundo Jungmann, os policiais corruptos representam uma “minoria” nas instituições policiais. "Os maus policiais, aqueles seja ligados ao crime organizado seja ligados à corrupção, têm que deixar a corporação, eles são uma minoria."

Ao ser questionado sobre o motivo das Forças Armadas terem realizado seis operações em menos de 15 dias na comunidade de Vila Kennedy, na zona oeste, Jungmann disse que as ações mostram que não adianta o crime organizado lançar desafios. Ele se referia ao fato de bandidos terem instalado barricadas e cometido crimes após cada saída das Forças Armadas da região. “É um recado, nós não vamos desistir.”

Censo carcerário

O ministro da Segurança também anunciou que será realizado um censo carcerário no Rio para que se tenha ideia da real situação nos presídios e se comece a resolver o problema. O processo deve custar R$ 20 milhões, que devem ser financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social).

Jungmann também afirmou que o Centro Integrado de Comando e Controle criado na Olimpíada passará a funcionar nos próximos dias como um centro permanente que integrará as polícias dos Estados e os setores de inteligência das Forças Armadas.

Segundo ele, já há uma estrutura de equipamentos operante, mas serão investidos ao menos mais R$ 1,1 milhão no processo de integração das polícias.