Segundo turno de eleição presidencial no Egito ocorre em cenário de incertezas
Desde a queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, o Egito vive a incerteza sobre seu futuro político e a expectativa sobre a transferência de poder dos militares para um governo civil. Mas a realização do segundo turno das eleições presidenciais, nestes sábado e domingo, pode não ser a solução para os problemas dos egípcios.
A escolha do primeiro líder civil do país em mais de meio século ocorre em um contexto de incertezas sobre o futuro do Egito. Na última quinta-feira (14), a Suprema Corte decidiu dissolver o Parlamento e convocar novas eleições legislativas alegando irregularidades no pleito realizado no ano passado.
O país ainda não tem uma Constituição e o novo presidente pode iniciar o mandato sem ter seus poderes definidos. A promessa dos militares, que assumiram o comando depois da queda de Mubarak e novamente com a dissolução do Parlamento, é de entregar o poder ao presidente eleito até o final deste mês.
Para os islamitas, que dominavam o Parlamento, a decisão da Justiça e o recente decreto ministerial que autoriza os militares a prenderem civis podem ser considerados como preparativos para uma "contrarrevolução".
Nas urnas, os egípcios escolherão entre o candidato da Irmandade Muçulmana Mohammed Mursi e o ex-premiê Ahmed Shafiq. A candidatura de Shafiq foi mantida Suprema Corte, que invalidou uma lei que proíbe ex-dirigentes do antigo regime de Mubarak de disputarem eleições.
Os protestos na praça Tahrir, no Cairo, que não cessaram por completo ao longo do tenso período de transição, continuaram nesta semana. Entre os manifestantes, havia quem expressasse sua frustração por ter de optar entre dois candidatos não ligados à revolução popular que derrubou Mubarak no ano passado.
O último premiê de Mubarak tentou conseguir votos com a promessa da recuperação da economia e da segurança, que ficou bastante prejudicada após a revolução. Ex-chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Shafiq também defendeu a liberdade de expressão, a participação política dos jovens e o respeito a todas as religiões.
A Irmandade Muçulmana, por sua vez, apresenta Mursi como o “candidato da revolução”. O partido tentou incentivar os egípcios a votarem em massa para evitar qualquer possível fraude que possa prejudicar seu candidato.
No primeiro turno, Mursi obteve 24,4% dos votos, contra 23,3% de Shafiq. A diferença entre ambos foi de pouco mais de 250 mil votos. A taxa de participação foi de 46% dos eleitores.
Mais de 50 milhões de pessoas devem votar neste fim de semana e o pleito será supervisionado por mais de 14 mil juízes, divididos em 13.100 zonas eleitorais pelo país. A votação deverá ser encerrada às 20h de domingo (15h pelo horário de Brasília). O resultado oficial deverá ser divulgado na terça-feira (19).
(Com agências internacionais)
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