Desaparecimento do avião da Malaysia Airlines mostra o poderio da China
O sumiço do Boeing 777 da Malaysia Airlines que levava 239 passageiros de Kuala Lumpur para Pequim revelou uma série de surpresas e desordens. Obviamente a morte de tantas pessoas e a até agora infrutuosa busca pelos destroços realizada pela armada de doze países, incluindo Estados Unidos, China e Japão, seguida por aviões e satélites de todo tipo, surpreende e impressiona o mundo inteiro. Mais ainda agora, com o relançamento da hipótese de sequestro ou sabotagem do avião.
Contudo, as desordens internacionais patenteadas pela tragédia foram apontadas pela direção da Interpol, cuja sede está situada em Lyon, na França. Dois passageiros iranianos do mal sinado voo MH 370 embarcaram com passaportes europeus roubados que poderiam ter sido interceptados se o banco de dados da Interpol tivesse sido consultado.
Fontes da Interpol aproveitaram a oportunidade para advertir que, dentre os 167 países membros da organização de polícia internacional, somente os Estados Unidos, o Reino Unido, os Emirados Árabes Unidos e, numa menor medida, a França, checam regularmente o banco de dados dos passaportes roubados existente desde 2002. Muitos aeroportos do mundo nem estão equipados para tal procedimento.
Em consequência, um bilhão de viagens foram realizadas no ano passado sem checagem para saber se os passaportes haviam sido perdidos ou roubados. Com o afluxo de turistas previsto na Copa do Mundo, estarão os aeroportos brasileiros equipados para esse tipo de controle?
A outra desordem se refere à situação da Malásia. A sequência de contradições e desmentidos propagados pelas autoridades malaias configurou a incompetência das autoridades dos país. A mídia internacional aponta agora a pouca credibilidade de governantes pouco habituados a serem questionado por seus cidadãos e pela opinião pública internacional.
De seu lado, o New York Times critica uma sociedade “etnicamente polarizada” na qual uma classe dirigente malaia discrimina descendentes de grandes comunidades imigrantes chinesas e indianas sob o pretexto de privilegiar os “filhos da terra”.
Entretanto, o evento mais interessante é talvez a mobilização apresentada pela China a todos os países da região. Certamente, o fato de que 150 das vítimas do voo MH 370 sejam chinesas causa muita comoção no país. Mas a China entrou em cena com grandes forças militares e logísticas.
Quatro navios de guerra, quatro navios da guarda-costeira, oito aviões e dez satélites chineses vasculham vastos mares situados longe da China. A mídia chinesa descreveu a operação como a maior operação aeronaval realizada pelo país. O objetivo da empreitada é pacífico, mas serve também de advertência aos países vizinhos.
Um especialista da região citado pela agência Reuters estima que as manobras chinesas também se destinam a impressionar os países vizinhos. Segundo ele: “Trata-se de uma demonstração de força num contexto pacífico”.
Sobretudo quando se sabe que a China tem contencioso fronteiriços marítimos com o Japão, o Vietnam, as Filipinas, Brunei, Taiwan e com a própria Malásia.
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