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Local onde índios ficarão hospedados é "barra pesada", diz comerciante

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

22/03/2013 16h02

O comerciante Gerson Berriel, dono de uma loja que fica embaixo do Hotel Santanna, no centro do Rio de janeiro, afirmou que o local é “barra pesada”. O hotel, da prefeitura, abriga 13 índios após a desocupação do antigo Museu do Índio, na Aldeia Maracanã, zona norte da cidade.

“À noite, a rua fica cheia de cracudos [usuários de crack] e travestis. É barra pesada. Esse hotel já foi muito ruim, tinha briga, mas melhorou a frequência de dois anos pra cá”, contou Berriel. “Tem muito trabalhador aí.” O comerciante tem ponto no local há 23 anos.

Doze índios chegaram ao hotel logo pela manhã, antes da invasão do Batalhão de Choque da Polícia Militar ao museu, quando houve confronto entre manifestantes simpatizantes da causa indígena e PMs. Dois índios chegaram ao hotel após o confronto, mas uma mulher foi embora afirmando que tem outro lugar para se instalar na cidade.

Em conversa com a reportagem do UOL, dois moradores do hotel afirmaram que os furtos no local são frequentes, já que não há chaves nos ármários e muitas vezes é preciso dividir um cômodo com mais duas outras pessoas desconhecidas. Um deles reclamou da limpeza do local, que não seria realizada com frequência.

Ainda de acordo com a secretaria, representantes indígenas visitam, com acompanhamento da Assistência Social, três locais que foram disponibilizados para a instalação dos alojamentos: Bonsucesso, Jacarepaguá e Quinta da Boa Vista. De acordo com o defensor público Daniel Macedo, o mais cotado para ser escolhido pelos índios é o terreno em Jacarepaguá, zona oeste do Rio.

O prédio do hotel, originalmente de iniciativa privada, foi arrendado pela prefeitura. Não são cobradas diárias para permanência no local. Os índios devem ficar alojados no primeiro andar, que foi reservado apenas para eles, e podem permanecer ali por tempo indeterminado. Eles receberão três refeições diárias --café da manhã, almoço e jantar.

Pela proposta do Governo do Estado, apresentada aos índios, eles podem decidir pelo recebimento do benefício do aluguel social, no valor de R$400, ou podem voltar para a aldeia de origem, com o transporte pago, caso não aceitem ficar no alojamento.