Brumadinho: Bombeiros encontram mais um corpo quase intacto, o 3º em um mês
Os bombeiros localizaram na manhã de hoje mais um corpo quase intacto de vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), o terceiro em um mês. Ele está sendo encaminhado para o IML (Instituto Médico-Legal) de Belo Horizonte para identificação.
Segundo a corporação, não foi possível saber o sexo ou a idade aproximada da vítima. O corpo estava incompleto, mas tinha parte da arcada dentária, o que pode agilizar a identificação, como ocorreu com os corpos de Carlos Roberto Pereira, localizado anteontem, e de Cristiano Jorge Dias, encontrado em 5 de junho, exatamente um mês atrás.
O corpo de Pereira foi identificado cerca de 11 horas depois de chegar ao IML. O de Dias, quatro horas depois. São identificações rápidas, se comparadas com o que vem ocorrendo nos últimos meses, em que a espera leva ao menos 45 dias, que é o tempo para ficarem prontos os exames de DNA (prova e contra-prova), necessários para os casos em que não se tem arcada dentária, nem impressões digitais.
O corpo de hoje foi encontrado a aproximadamente 5 metros de profundidade na área Remanso 2, localizado abaixo da área administrativa, logo após o Remanso 1, onde foi encontrado o corpo de Pereira, que estava a 8 metros de profundidade.
Até o momento, a tragédia já deixou 247 mortos, além de 23 pessoas desaparecidas. Os bombeiros seguem as buscas em meio ao rejeito de minério que vazou da barragem B1 da mina do Córrego do Feijão em 25 de janeiro. Não há previsão de encerramento dos trabalhos.
Trabalho de identificação
Até agora, os bombeiros localizaram 678 corpos ou segmentos de corpos. Praticamente todos os dias os bombeiros localizam esse material, na maioria das vezes pedaços de tecidos moles putrefeitos separados dos ossos. Mais de cem amostras aguardam resultado dos exames de DNA feitos pelo Instituto de Criminalística de MG.
Em recente entrevista ao UOL, o chefe do IML de Belo Horizonte, Ricardo Moreira Araújo, explicou que a grande maioria dos fragmentos de corpos que vêm sendo encontrados nos últimos tempos têm sido de vítimas que já foram identificadas e sepultadas, e que encontrar corpos, como nos casos de Pereira e de Dias, é uma exceção.
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