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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


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Ataque perto da Polônia mata 35, diz Ucrânia; Rússia fala em 180 mortos

Do UOL e colaboração para o UOL*, em São Paulo

13/03/2022 04h40Atualizada em 13/03/2022 17h56

Um ataque aéreo atingiu uma área militar na região de Lviv, a cerca de 25 km da fronteira da Ucrânia com a Polônia, neste domingo (13). Segundo a administração regional militar de Lviv, ao menos 35 pessoas morreram e 134 ficaram feridas.

Já a Rússia anunciou que o ataque matou "até 180 mercenários estrangeiros" e destruiu uma grande quantidade de armas fornecidas à Ucrânia por países do ocidente. Combatentes brasileiros no local falam em mais de 200 mortos, número mais próximo ao anunciado pela Rússia.

O ponto exato do ataque é uma base de teste militar em Starychi, perto de Lviv. Conhecida como Campo Militar de Yavoriv, a base foi atingida por mísseis russos, de acordo com o Centro de Comunicações Estratégicas e Segurança da Informação do governo ucraniano.

Para o chefe da administração militar regional de Lviv, Maksym Kozytsky, o ataque é uma confirmação de que não só a Ucrânia, mas toda a Europa estaria sob ataque.

A Polônia é membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Além disso, a fronteira da Ucrânia com a Polônia tem sido um ponto de passagem de material bélico para auxiliar a resistência ucraniana.

Militares estrangeiros já trabalharam no Campo Militar de Yavoriv, segundo a Ucrânia, mas um representante da Otan informou à agência de notícias Reuters que não havia ninguém da aliança militar no local no momento do ataque russo.

Já o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, indicou que o local era usado para treinamento de "mercenários estrangeiros" que lutam a favor da Ucrânia, bem como para armazenamento de material fornecido pelo ocidente para a resistência ucraniana. Acrescentou que a Rússia continuará seus ataques contra "mercenários estrangeiros".

Outro prefeito capturado

Hoje, 18º dia da invasão russa ao território ucraniano, também foi divulgado que mais um prefeito foi capturado: o administrador de Dniprorudne, Yevhen Matveyev. O anúncio foi feito pelo chefe da administração militar regional de Zaporozhzhia, Oleksander Starukh. Na sexta-feira, as forças russas já haviam prendido o prefeito de Melitopol, gerando protestos.

A Ucrânia também continua atenta à movimentação russa na área próxima à capital, Kiev. Em Chernihiv, no norte do país, um ataque a um prédio deixou ao menos quatro pessoas mortas, segundo informações iniciais.

área - Reprodução/Maksym Kozytsky - Reprodução/Maksym Kozytsky
Maksym Kozytsky, chefe militar da região de Lviv, dá esclarecimentos sobre o ataque a uma área militar perto da fronteira com a Polônia
Imagem: Reprodução/Maksym Kozytsky

Ataque em área militar

Os militares dizem que o ataque aéreo foi realizado a partir dos mares Negro e Azov. Os aviões decolaram no aeroporto de Saratov. No total, os ocupantes dispararam mais de 30 mísseis. O sistema de defesa aérea ucraniano conseguiu derrubar alguns deles no ar, segundo a administração militar de Lviv.

Equipes atuaram ao longo da manhã para apagar focos de incêndio no Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança, conhecido como o Campo Militar de Yavoriv —eles foram extintos por volta das 12h, horário local (7h, em Brasília).

O chefe da administração militar regional de Lviv, Maksym Kozytsky, pediu que as pessoas "não publiquem fotos, vídeos ou outros materiais dos locais das explosões". "Esta informação pode ser usada pelo inimigo", disse. Para ele, as imagens podem ser usadas pelos russos para saber o que foi destruído.

Também no oeste do país, assim como Lviv, a cidade de Ivano-Frankivsk foi atingida mais uma vez por um ataque hoje, segundo o governo ucraniano. Foi registrado um ataque de mísseis na região do aeródromo, que já foi alvo das forças russas na última semana.

Cerco a Kiev

As forças russas continuam a tentar cercar Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky prometeu uma "defesa implacável" da capital.

Na região, o governo ucraniano relata "movimento constante do inimigo" em cidades perto da capital, como Gostomel, Borodyanka e Bucha. A Ucrânia fala em batalhas em Irpin e em Brovary.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Prefeitos capturados

O prefeito de Dniprorudne foi capturado por volta das 8h30, horário local (3h30 em Brasília), de hoje. A cidade fica próxima a Melitopol, que teve seu administrador preso na sexta-feira (11), motivando protestos ontem.

Sobre o prefeito de Dniprorudne, o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que as forças russas "se voltam para o terror". "Apelo a todos os estados e organizações internacionais para que parem o terror russo contra a Ucrânia e a democracia."

No sábado (12), Zelensky disse que uma ação como essa contra prefeitos "é um crime contra a democracia como tal". "Garanto que 100% das pessoas em todas as democracias sabem disso". O presidente ucraniano tem solicitado auxílio de lideranças estrangeiras para interceder a respeito dos prefeitos capturados.

Outros ataques

Segundo o serviço de emergências da Ucrânia, nesta manhã, um ataque aéreo destruiu do segundo ao nono andar de um edifício em Chernihiv, norte do país. Na sequência, houve incêndio em um dormitório. Até o momento, há relatos de quatro pessoas mortas.

No sul da Ucrânia, em Bashtanka, o serviço de emergências diz que uma área residencial foi atingida. Um homem foi retirado dos escombros e levado para uma unidade de saúde.

bashtanka - Reprodução/Polícia da Ucrânia - Reprodução/Polícia da Ucrânia
Prédios residenciais foram atingidos em Bashtanka
Imagem: Reprodução/Polícia da Ucrânia

Corredores de evacuação

Neste domingo, a Ucrânia terá ao menos 10 corredores de evacuação. Um deles será para o comboio com carga humanitária e de ônibus para evacuação entre Mariupol, uma cidade que está sitiada, e Berdyansk.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, pediu que os cidadãos utilizem apenas os corredores para se locomover em "apelo aos ucranianos que estão no epicentro das hostilidades ou são residentes de territórios onde as tropas inimigas estão presentes com equipamentos". "Mover-se de outra maneira é muito fatal", disse.

Bombardeio russo deixa ao menos 9 mortos perto de Mykolaiv, sul da Ucrânia

Um bombardeio russo perto da cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, deixou ao menos nove mortos, informou a administração regional neste domingo (13).

"Nove pessoas morreram como resultado do bombardeio desses imbecis", escreveu o governador regional, Vitaly Kim, em mensagem enviada em seu canal no Telegram.

13.mar.2022 - Mykolaiv, no sul da Ucrânia, foi bombardeada neste domingo (13) - Pavlo Gareev / Public Mykolaiv - Pavlo Gareev / Public Mykolaiv
13.mar.2022 - Mykolaiv, no sul da Ucrânia, foi bombardeada neste domingo (13)
Imagem: Pavlo Gareev / Public Mykolaiv

Otan diz estar alerta sobre risco de Rússia usar armas químicas

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, disse neste domingo (13) que a Rússia pode usar armas químicas após a invasão da Ucrânia. Em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, ele disse que tal medida seria um crime de guerra.

"Nos últimos dias, ouvimos alegações absurdas sobre laboratórios de armas químicas e biológicas", disse Stoltenberg, acrescentando que o governo russo estava inventando falsos pretextos para justificar o que não poderia ser justificado.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan - REUTERS/Yves Herman - REUTERS/Yves Herman
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan
Imagem: REUTERS/Yves Herman

Jornalista norte-americano é morto na região de Kiev, diz polícia local

O jornalista norte-americano Brent Renaud foi morto hoje em Irpin, na região de Kiev, capital da Ucrânia, segundo a polícia local. O anúncio da morte foi feito pelo chefe de polícia de Kiev, Andriy Nebytov, que publicou uma imagem de Renaud e o crachá dele como membro do jornal The New York Times. O jornal lamentou o ocorrido, mas disse que Renaud não estava trabalhando para o New York Times na cobertura do conflito.

Outro profissional de imprensa também ficou ferido e foi levado para um hospital de Kiev, segundo informações iniciais. O estado de saúde dele não foi informado. Hoje, a invasão da Rússia ao território ucraniano chegou ao 18º dia.

Em texto nas redes sociais, Nebytov disse que as forças russas matam "até jornalistas da mídia internacional que tentam mostrar a verdade sobre a inação das tropas russas na Ucrânia". "Um correspondente mundialmente reconhecido foi baleado em Irpin hoje."

Jornalista americano Brent Renaud foi morto enquanto cobria guerra na Ucrânia - Reprodução/Nieman Foundation for Journalism at Harvard - Reprodução/Nieman Foundation for Journalism at Harvard
Jornalista americano Brent Renaud foi morto enquanto cobria guerra na Ucrânia
Imagem: Reprodução/Nieman Foundation for Journalism at Harvard


Ucrânia: número de soldados russos mortos na guerra segue em 12 mil

O número de soldados russos mortos até o momento na Ucrânia se mantém estável em 12 mil, segundo informação prestada neste domingo pela vice-ministra da Defesa do país, Anna Malyar. O número não se alterou, disse Malyar, em razão do avanço mais lento das tropas russas na Ucrânia. Já a Rússia não ratifica a informação.

Onde estão os inimigos mortos? Por que, segundo dados oficiais, o número de 'mais de 12 mil' não muda há vários dias? Não se preocupe, o inimigo está sendo ferozmente destruído. Tão ferozmente quanto ele destrói nossas cidades e aldeias. No entanto, contar as perdas de pessoal inimigo está longe de ser uma prioridade no local. Anna Malyar, vice-ministra da Defesa da Ucrânia, na página do Facebook da pasta.

Ucrânia diz que pode haver negociações; Rússia fala em 'posição comum'

Um porta-voz do governo ucraniano afirmou que há possibilidades de negociação entre a Rússia e a Ucrânia pelo fim da guerra. Segundo o site Sky News, o negociador ucraniano e conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak acredita que pode haver progresso nas negociações nos próximos dias, uma vez que, segundo ele, "o lado russo se tornou mais construtivo".

Mais tarde, um representante russo nas negociações apontou que existe a possibilidade de ambos os países avançarem em uma posição em comum.

Zelensky diz que 125 mil pessoas foram evacuadas da Ucrânia por corredores

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje que cerca de 125 mil pessoas foram evacuadas de áreas atingidas por ataques russos por meio dos corredores humanitários criados no país. Entenda o que são os corredores humanitários e as divergências entre Ucrânia e Rússia.

"Conseguimos evacuar cerca de 125 mil pessoas pelos corredores humanitários", declarou o líder ucraniano, ressaltando que todas as pessoas estão agora em regiões seguras.

Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano - Reprodução/Telegram - Reprodução/Telegram
Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano
Imagem: Reprodução/Telegram


Mariupol diz que mortos somam 2,1 mil e reservas de comida estão acabando

Mais de 2,1 mil habitantes da cidade ucraniana de Mariupol, ao sudeste do país, morreram desde o início da ofensiva russa, disse o prefeito da cidade, Vadym Boichenko, neste domingo. Segundo o conselho da cidade, os locais estão ficando sem suas últimas reservas de comida e água. Mariupol é uma cidade portuária estratégica localizada entre a Crimeia e Donbass.

"Os ocupantes atacam cinicamente e deliberadamente edifícios residenciais, áreas densamente povoadas, destroem hospitais infantis e infraestrutura urbana (...) Até o momento, 2.187 habitantes de Mariupol foram mortos em ataques russos", disse o prefeito da cidade no Telegram.

13.mar.2022 - No Telegram, a Câmara Municipal de Mariupol compartilhou um vídeo de doação de comida para os locais feita por membros do grupo paramilitar do Batalhão de Azov, organização ligada ao Ministério do Interior da Ucrânia. - Divulgação/Telegram/Câmara Municipal de Mariupol - Divulgação/Telegram/Câmara Municipal de Mariupol
13.mar.2022 - No Telegram, a Câmara Municipal de Mariupol compartilhou um vídeo de doação de comida para os locais feita por membros do grupo paramilitar do Batalhão de Azov, organização ligada ao Ministério do Interior da Ucrânia.
Imagem: Divulgação/Telegram/Câmara Municipal de Mariupol

(*Com AFP, Ansa, Reuters e RFI)