Envolvido com Cachoeira diz que ligações telefônicas foram adulteradas; CPI dispensa outros dois suspeitos
O ex-vereador Wladimir Garcez, ligado ao bicheiro e empresário Carlinhos Cachoeira, limitou-se a enumerar amigos no cenário político em seu depoimento à CPI nesta quinta-feira (24). Ele afirmou que os inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo adulteraram o relato das ligações telefônicas entre membros da quadrilha, negou ter cometido qualquer irregularidade e, em seguida, deixou de responder às perguntas dos parlamentares.
Os outros depoentes previstos para hoje --Idalberto Matias de Araújo, conhecido como Dadá, e Jairo Martins de Souza-- adiantaram que também se manteriam calados e foram dispensados. Ambos seriam responsáveis por grampos que beneficiaram a quadrilha de Cachoeira.
Garcez foi contratado pela empresa Delta, que é suspeita de ter Cachoeira como sócio oculto e que lucrou com contratos controversos. Ex-vereador tucano em Goiânia, ele afirmou ter proximidade com políticos de todos os partidos, como o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o ex-governador Iris Rezende (PMDB), o senador Paulo Paim (PT-RS) e Olavo Noleto, membro da Secretaria de Relações Institucionais do Palácio do Planalto.
O ex-vereador é suspeito de ter levado dinheiro ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, supostamente para pagamento de uma casa adquirida pelo governador. Nesse mesmo local, Cachoeira foi preso. O imóvel estava no nome de um sobrinho do contraventor.
Irritado, o relator da CPI, deputado Odair Cunha, criticou o tucano. "Não podemos fazer que a CPMI seja espaço para que indiciados façam sua defesa para depois não podermos questionar nada. Se o depoente não disser nada, vamos respeitar. Mas se usar o espaço para se defender, tem que continuar ouvindo", disse ele, que foi chamado de "pitbull" pelo deputado Fernando Francischini. "Se o senhor continuar assim eu vou voltar a todos os depoimentos", disse.
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