Governador de Goiás aparece de surpresa em CPI e diz estar "tranquilo"
Minutos depois de a CPI do Cachoeira adiar a votação de requerimentos de convocação de governadores citados em conversas com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, um dos citados, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), compareceu de surpresa à comissão nesta terça-feira (29). A jornalistas, o governador disse estar tranquilo apesar das acusações contra ele. Aos parlamentares, acabou não dizendo nada.
"Tenho minha vida limpa, estou tranquilo. Pedi ao procurador-geral da República para ser investigado há quase dois meses", disse Perillo depois do encerramento da reunião da CPI. "Estou aqui espontaneamente para prestar esclarecimentos", acrescentou o governador, que acabou se reunindo apenas com membros do seu partido.
Perillo disse ter entrado em contato ainda pela manhã com o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), mas não pôde falar na comissão porque a reunião seria administrativa, destinada apenas à aprovação de requerimentos – um deles, para ouvir o próprio Perillo.
Além de Perillo, outros dois governadores são suspeitos de ter relações com aliados de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira: Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Sergio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro. Nos bastidores, oposicionistas afirmam que a vinda de Perillo aumentaria a pressão sobre Agnelo e Cabral.
Segundo a investigação da Polícia Federal, Perillo pode ter vendido uma casa no valor de R$ 1,4 milhão não ao dono de uma faculdade, como o tucano chegou a alegar, mas sim a Cachoeira. De acordo com as investigações da operação Monte Carlo, três cheques, sendo um de R$ 600 mil e outros dois de R$ 400 mil, teriam sido entregues no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano.
O governador já afirmou que o comprador seria o empresário Walter Paulo, que confirmou a transação. O inquérito, no entanto, aponta para três cheques assinados por Felipe Ramos, sobrinho de Cachoeira.
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