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De olho no voto do agronegócio, Dilma lança plano de R$ 156 bilhões

Ao lado do ministro da Agricultura, Neri Geller, a presidente Dilma Rousseff lança plano agrícola - Roberto Stuckert Filho/PR
Ao lado do ministro da Agricultura, Neri Geller, a presidente Dilma Rousseff lança plano agrícola Imagem: Roberto Stuckert Filho/PR

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

19/05/2014 11h48

Como parte da estratégia para atrair o voto do agronegócio, a presidente Dilma Rousseff lançou nesta segunda-feira (19) o Plano Agrícola e Pecuário 2014/15 com um aumento de 14,7% em relação à temporada anterior, totalizando R$ 156,1 bilhões (ante R$ 136 bilhões).

Num discurso com ataques indiretos ao período governado pelo PSDB, a petista reiterou compromisso com a área e ressaltou o aumento na produção da safra e nos investimentos feitos pela União.

"Na safra anterior à chegada do presidente Lula, tínhamos colhido 96,8 milhões de toneladas de grãos (...). Na safra que estamos encerrando, nós iremos colher 191,2 milhões de toneladas de grãos", comparou.

Dilma alfineta governo FHC em lançamento de plano agrícola

A "expectativa conservadora", nas palavras do ministro Neri Geller (Agricultura) é que a produção chegue a 200 milhões de toneladas.

A reaproximação com o agronegócio é conduzida com apoio da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), atual presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que também discursou no evento.

Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", o passo seguinte, será um encontro de Dilma com lideranças do agronegócio ensaiado para ocorrer nos próximos dias no Palácio do Planalto.

“Se a gente considera que somos 200 milhões de habitantes, seria uma tonelada por habitante, o que mostra a pujança do país, 70% acima do que era há uma década”, alfinetou Dilma.

Dilma atribuiu o aumento nos números ao apoio do governo federal. “Tamanho crescimento de produtividade só é possível com muito (...) apoio das políticas do governo federal”.

Após a cerimônia, o ministro Neri Geller negou, porém, que a ampliação dos recursos tenha caráter eleitoreiro. "Não é verdade que tem vínculo eleitoreiro. Os recursos, nos últimos 12 anos, passaram de R$ 20 bilhões para R$ 136 bilhões, isso está acontecendo de forma gradativa. Então, não tem absolutamente nada a ver com a questão eleitoral."

Segundo números apresentados pela presidente, os investimentos no último ano da gestão tucana foram da ordem de R$ 15,7 bilhões. “Na atual safra, foram R$ 136 bilhões e vamos ultrapassar chegando a R$ 156 bilhões”, disse para uma plateia formada por empresários do setor em cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

E Dilma continuou: “Se o setor, como é o caso deste ano, for bem sucedido na ampliação do seu gasto, garantiremos os pleitos restantes”.

Dos R$ 156,1 bilhões destinados ao plano, R$ 112 bilhões são para custeio e comercialização e R$ 44,1 bilhões, para os programas de investimento. A verba destina-se aos médios produtores, à pecuária de corte, ao setor de florestas comerciais, à inovação tecnológica e ajustes no seguro rural.

Aeroportos estão prontos para a Copa, diz Dilma

Mai cedo, no programa semanal Café com a Presidenta, Dilma Rousseff declarou que os aeroportos estão preparados para receber os turistas na Copa do Mundo e que os brasileiros vão sentir orgulho dos terminais que estão sendo construídos, pois vão ficar como legado do Mundial.

“Quem passar hoje pelos aeroportos da maioria das nossas capitais vai notar que a poeira e o barulho estão diminuindo, e os tapumes estão sendo retirados para dar lugar a instalações modernas e confortáveis”, disse.

A presidente também afirmou que o governo vai começar em junho o processo de licitação para obras de mais de uma centena de aeroportos regionais que já possuem estudos de viabilidade concluídos.