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Tragédia em Brumadinho

Rejeitos do Brumadinho não devem chegar ao São Francisco, diz Vale

Renata Batista e Fernando Nakagawa

No Rio

28/03/2019 13h56

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani Pires, garantiu, nesta quinta-feira (28), que a lama de Brumadinho não chegou à Usina Hidrelétrica de Três Marias. Segundo ele, como o reservatório da usina é muito grande, nenhum rejeito deverá ser carreado para o rio São Francisco.

O diretor reconheceu que há metais pesados nos rejeitos, mas frisou que a maior parte é composta por materiais da própria região.

Os metais pesados estão encapsulados e mais de 90% dos testes mostram que não houver contaminação, com os limites de metais pesados abaixo dos níveis de segurança, disse.

Descaracterização

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale informou que a estimativa de R$ 5 bilhões para descaracterização de barragens pode ser revista. Segundo ele, o custo final de descaracterização não será contabilizado como capex. "Será integralmente provisionado", disse, em teleconferência para analistas.

A estimativa de R$ 5 bilhões foi apresentada três dias após a tragédia de Brumadinho, quando a mineradora informou que dez estruturas seriam totalmente suspensas e descaracterizadas. Todas foram construídas pelo método de alteamento à montante, o mesmo utilizado nas estruturas de Brumadinho e Mariana, que sucumbiram.

Indenizações

Siani Pires disse que o impacto da tragédia de Brumadinho sobre as contas da companhia começarão a aparecer no balanço do primeiro trimestre de 2019. "Vamos fazer estimativas e provisionar a partir do 1º trimestre", comentou.

O balanço divulgado na noite de quarta-feira indica que as contas de 2019 já contam com impacto inicial negativo de até R$ 2,85 bilhões gerado por provisões para apenas duas ações judiciais. As primeiras estimativas constam do item "Contingências e outras questões legais" balanço anual.

Por enquanto, a maior dessas ações é a que envolve o governo federal, o Estado de Minas Gerais, Ministério Público e Defensoria Pública.

Nessa ação, a Vale diz que "estimou inicialmente que a obrigação assumida resultará em uma provisão entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, a depender do número de beneficiários que serão cadastrados". Outra ação mencionada é com o Ministério Público do Trabalho. Nesse caso, o impacto estimado é de cerca de R$ 850 milhões em 2019.

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